quarta-feira, 22 de fevereiro de 2017

Vereadores decidem arquivar pedido de impeachment contra prefeito Carlos Eduardo. Pedido feito pelo vereador Sandro Pimentel (PSOL) para abertura de processo de cassação do mandato do prefeito Carlos Eduardo Alves foi rejeitado por 18 votos contra 3 e uma abstenção.

IMPEACHMENT ARQUIVADO
 
Por 18 votos contrários, três a favor e uma abstenção, o plenário da Câmara Municipal de Natal rejeitou em sessão ordinária, realizada nesta terça-feira (21), o pedido feito pelo vereador Sandro Pimentel (PSOL) para abertura de processo de cassação do mandato do prefeito Carlos Eduardo Alves. A denúncia tem por base a antecipação, em 2016, das receitas do IPTU de 2017, prática proibida pela Lei de Responsabilidade Fiscal. Com a decisão, a matéria será automaticamente arquivada.

Durante a votação da matéria, os vereadores travaram uma discussão obstinada com argumentos pró e contra o processo de impeachment. Do lado da oposição o discurso era de que o prefeito descumpriu o orçamento aprovado para o exercício financeiro. "O prefeito cometeu a maior pedalada da história da nossa cidade, haja vista que esse tipo de medida desrespeita o planejamento e os investimentos públicos para o ano fiscal seguinte. Este parlamento perdeu a grande chance de passar essa questão a limpo", defendeu o vereador Sandro Pimentel.

Enquanto isso, a vice-líder da bancada governista, vereadora Nina Souza (PEN), foi enfática em seu discurso quando solicitou o arquivamento do texto. "Não houve dolo nem crime de responsabilidade. Li toda a peça e não encontrei nenhuma irregularidade ou infração penal. Portanto, acredito que devemos voltar nossas atenções para os reais problemas que afligem a população", justificou.

Segundo a vereadora Eleika Bezerra (PSL), a abertura do processo seria uma oportunidade para investigar os fatos apresentados na denúncia. "Acredito que para as coisas ficarem mais transparentes o texto deveria ter sido aprovado. Não se tratava de condenar sumariamente, mas de abrir a possibilidade de explicar o que, para mim, ainda não está claro", afirmou a parlamentar, que votou a favor da abertura do processo.

O vereador Cícero Martins (PTB), que votou contra a matéria, disse que não há crime porque não houve tipificação. "Em tempo, o prefeito Carlos Eduardo foi eleito com mais de 60% dos votos. Portanto, o povo aprovou sua gestão, deu credibilidade e permitiu mais quatro anos de mandato. Trata-se de garantir que os valores democráticos sejam respeitados em nossa cidade".

Já o vereador oposicionista Fernando Lucena (PT) ressaltou a Lei de Responsabilidade Fiscal. "O prefeito Carlos Eduardo usou os recursos indevidamente ou não? Esta é a questão posta aqui. A Lei de Responsabilidade Fiscal, em seu artigo 38, determina que a antecipação de receita de imposto é proibida no último ano de mandato de presidentes, governadores ou prefeitos. O parecer do Tribunal de Contas aponta com clareza que houve, sim, crime de responsabilidade. Só não vê quem não quer!", explicou o petista.

"Quero parabenizar as bancadas de oposição e situação pelo elevado nível do debate. Porque é isso que a sociedade espera da gente. Houve, sim, uma antecipação da receita. Porém, não se justifica penalizar um gestor por excesso de legalismo. Dito isso, acredito que o plenário foi preciso na decisão que tomou. A despeito da crise que o país atravessa, os serviços públicos continuam sendo oferecidos à população e os salários dos servidores estão em dia", concluiu o presidente da Casa, vereador Raniere Barbosa (PDT).


(PotiguarNotícias)

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