segunda-feira, 24 de julho de 2017

Banco repassa R$ 10 milhões de contas de Adriana Ancelmo à Justiça

LAVA JATO
 A ex-primeira-dama do Rio Adriana Ancelmo

SÃO PAULO — Cerca de R$ 11 milhões bloqueados de contas de Adriana Ancelmo, mulher do ex-governador do Rio, Sérgio Cabral, estão disponíveis para a 7ª Vara Federal Criminal do Rio de Janeiro, por determinação do juiz Sergio Moro, da 13ª Vara Federal de Curitiba. Em junho passado, Moro absolveu a ex-primeira dama do Rio da acusação de lavagem de dinheiro, mas determinou que todos os valores bloqueados em contas pela Lava-Jato fossem transferidos para a conta judicial da 7ª Vara Federal.

Só na última sexta-feira, porém, a medida foi efetivada. O motivo é que, quando Moro proferiu a sentença, R$ 10 milhões estavam em um fundo de investimento no Itaú Unibanco, cujo vencimento era no último dia 19 de julho. Se fosse retirado antes do prazo de resgate, haveria prejuízo. O banco informou a situação e o juiz determinou que se esperasse o vencimento da aplicação financeira. Determinou então que a consolidação de valores para a Justiça Federal do Rio fosse feita em 21 de julho, a última sexta-feira.

Os R$ 10 milhões do fundo se somarão agora a cerca de R$ 1 milhão já depositados na conta judicial da Justiça Federal do Paraná e a transferência foi efetuada.

Ao proferir a sentença, que absolveu Adriana Ancelmo e condenou Cabral, Moro ressaltou que o bloqueio de ativos teve resultado quase pífio em relação aos principais acusados, salvo em relação à ex-primeira dama e à empresa dela, a Ancelmo Advogados.

Por isso, embora tenha absolvido Adriana, Moro lembrou na sentença que ela ainda responde a acusações de corrupção e lavagem na Justiça do Rio, onde pode ser condenada, já que nessas ações está envolvido seu escritório de advocacia, suspeito de fechar contratos fictícios de prestação de serviços. "Assim, considerando que os valores podem constituir produto de crime de lavagem submetido a outro Juízo, cumpre, ao invés de determinar a liberação do valor bloqueado, colocar o numerário à disposição do Juízo da 7ª Vara Federal Criminal do Rio de Janeiro".

Os valores permanecem depositados em conta judicial até o trânsito em julgado das sentenças. Se Adriana Ancelmo for absolvida, são devolvidos a ela. Se for condenada, retornam aos cofres públicos.

( Cleide Carvalho / O GLOBO)

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