sábado, 5 de agosto de 2017

Homem que matou menina no Engenho Novo se entrega à polícia. Segundo laudo do IML, a menina Agatha Nicole, de apenas 6 anos, foi violentada antes de morrer e sofreu afogamento

 

RIO DE JANEIRO Menina foi violentada e jogada em rio no Engenho Novo

Rio - O homem que matou a menina Agatha Nicole Silva Victorino, de apenas 6 anos — que estava desaparecida desde às 17h desta quinta-feira — se entregou à polícia na tarde desta sexta. Foi o filho do suspeito, de 10 anos, que reconheceu o pai no vídeo em que ele aparece jogando uma mala no rio. A criança contou o caso para os familiares, que obrigaram o homem a se apresentar na 25ª DP (Engenho Novo). 

O homem chegou à delegacia acompanhado de dois pastores da Assembléia de Deus Betel e um irmão. Lá, ele prestou depoimento e foi levado à Delegacia de Homicídios da Capital (DH/Capital), na Barra da Tijuca, onde prestará um novo depoimento.

O homem teria aproximadamente 30 anos e é pai de três filhos: dois meninos e uma menina. Ele também teria se separado recentemente. De acordo com a prima do suspeito, J., ele era dependente de crack.

Segundo o Delegado Fabio Cardoso, o suspeito já foi preso por tráfico e tentativa de homicídio na região do Meier (área 23 DP) e ganhou liberdade em 2008.

Cova em casa
Ainda de acordo com a parente do suspeito, ele teria cavado uma cova dentro de casa para enterrar a criança, mas não obteve sucesso e decidiu colocá-la dentro de uma mala que pertencia aos seus filhos.

Segundo o laudo do Instituto Médico legal (IML), Agatha sofreu abuso sexual antes de morrer. Além do abuso, a criança morreu por afogamento, pois quando foi jogada no rio ela ainda estava viva. O laudo também apontou que a menina também tinha arranhões e marcas de pancadas na cabeça e que sofreu asfixia. 

Assim que souberam da informação no IML, a família de Agatha entrou em desespero. A avó materna, Edir Silva dos Santos, de 44 anos, desmaiou. Já a avó paterna, Flavia Cristina de Oliveira Reis, de 40 anos, entrou em estado de choque. 

De acordo com a mãe da criança, Luani da Silva Vitorino, ela conhecia o homem há quatro anos. "Ele pediu várias vezes para ficar comigo e era carinhoso com minha filha. Chamava ela de enteada e tudo! Ele era usuário de crack, entrou para igreja e se batizou. Eu quero perguntar se ele tinha raiva da minha filha ou desejo em mim", disparou.

"Tenho mais de 16 anos como delegado e cinco anos como delegado da Delegacia de Homicídios e esse caso foi um dos mais chocantes", disse Fabio Cardoso, delegado titular da DH, que pediu a prisão temporária do agressor ao Plantão Judiciário.

Crime choca a polícia

De acordo com o delegado, o homem responderá por homicídio qualificado e estupro e poderá pegar até 45 anos de prisão. "Ela era uma criança muito amável e qualquer pessoa poderia ter pegado ela. Na mala em que ela foi trancada existia bombons e biscoitos", contou Fabio. 

 
 Flavio da Silva, padrinho da menina, mostra o rio em que Agatha foi jogada

O corpo de Agatha foi encontrado pela mãe e vizinhos na madrugada desta sexta-feira, em um rio no bairro do Engenho Novo, na Zona Norte da cidade. A família contou que a menina estava brincando com outras crianças na vila onde morava, por volta das 17h, quando foi vista pela última vez. Segundo testemunhas, um homem chegou perto de onde os pequenos estavam e chamou a menina. Depois, alguns vizinhos relataram que o suspeito estava com uma mala.  

"Não sei o que motivou isso. Estava trabalhando quando a minha esposa ligou e me disse que ela havia sumido. Eu falei para ela: 'veja se a Agatha está na casa de algum morador, pois as vezes ela costumava ir'. Depois a minha esposa respondeu que havia olhado em todas as residências e nada. Depois veio a confirmação da moradora da rua que ela havia visto uma mala sendo jogada no rio. Quando ele tacou fez um barulho muito forte. Quando ela foi ver, a menina estava lá", contou Flavio Silva, padrinho de Agatha. 

(o Dia)

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