sábado, 12 de agosto de 2017

Lúcio Funaro deixa carceragem da PF e volta para a Papuda. Doleiro estava na Superintendência da Polícia Federal negociando os termos de sua delação premiada, que pode implicar Temer e Geddel

NA PAPUDA
 Doleiro e operador do PMDB, Lúcio Funaro - São Paulo - 23/01/2014
 Doleiro Lúcio Funaro (Alexandre Schneider/VEJA)

O doleiro Lúcio Bolonha Funaro deixou nesta sexta-feira a Superintendência da Polícia Federal e retornou ao Complexo Penitenciário da Papuda, no Distrito Federal. Em negociação de delação premiada, Funaro estava na carceragem da corporação desde o dia 5 de julho preparando os anexos do que pretende contar à PF e ao Ministério Público Federal no âmbito das Operações Sépsis e Cui Bono.

Preso em julho de 2016, Funaro voltou a negociar o acordo com a Lava Jato após vir à tona a delação de executivos da JBS, que o apontam como operador de propinas do PMDB da Câmara, grupo político do presidente Michel Temer.

Nas tratativas, Funaro prometeu confirmar ter recebido valores de Joesley Batista para evitar a colaboração com a Justiça. Seus depoimentos devem ser utilizados na denúncia que o procurador-geral da República, Rodrigo Janot, prepara contra o presidente Michel Temer pelo crime de obstrução de Justiça.

A delação de Funaro, caso se concretize, é considerada por aliados de Temer como um dos fatores que agravariam a crise e poderiam levar à queda do peemedebista. Em conversas com advogados, o doleiro demonstrou irritação com o fato de sua irmã ter sido presa em maio (ela foi solta no mês passado). Conforme VEJA noticiou, ele também revelou que sua mulher vinha sendo pressionada por mensagens pelo ex-ministro Geddel Vieira Lima, amigo fraterno de Temer, que queria saber se Funaro fecharia uma delação premiada. Geddel está cumprindo prisão domiciliar em Salvador.

Funaro ainda deve detalhar as fraudes que desfalcaram o Fundo de Investimento do Fundo de Garantia do Tempo de Serviço, o FI-FGTS, administrado pela Caixa Econômica Federal. O doleiro diz que Temer teria solicitado cerca de 20 milhões de reais como comissão de operações do FI-FGTS para bancar campanhas em 2012 e 2014. O presidente sempre negou as suspeitas.

(Com Estadão Conteúdo) 

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