sábado, 18 de novembro de 2017

Manifestantes fazem ato na Alerj para pedir prisão preventiva de deputados. Jorge Picciani, Edson Albertassi e Paulo Melo foram detidos nesta quinta. Pedido de manutenção da prisão será votado entre parlamentares na Casa

TERMINOU EM CONFUSÃO

Rio - Manifestantes fizeram um ato na porta da Assembleia Legislativa do Estado do Rio de Janeiro (Alerj), na tarde desta sexta-feira, enquanto deputados discutiram e votaram sobre a manutenção da prisão preventiva do presidente da Casa, Jorge Picciani (PMDB), e dos outros dois parlamentares do mesmo partido, Edson Albertassi e Paulo Melo. Eles estenderam duas faixas em frente ao prédio. Em uma delas, há a frase: 'Partidos políticos são facções criminosas'. A votação terminou por volta das 16h50, com o fim da manutenção da prisão dos peemedebistas. Votaram a favor 39 deputados, 19 foram contra e houve uma abstenção.

 
 Manifestantes fazem ato pedindo prisão de peemedebistas em frente à Alerj

Reunião no CCJ e confusão em manifestação

Por volta das 13h, os deputados da Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) da Alerj começaram a discutir o assunto. A reunião incluiu sete deputados: Luiz Paulo Correa da Rocha (PSDB), Rafael Picciani (PMDB), Milton Rangel (DEM), Carlos Minc (sem partido), Gustavo Tutuca (PMDB), Rosenverg Reis (PMDB) e o presidente da comissão, Chiquinho da Mangueira (Podemos). No entanto, outros parlamentares que não fazem parte da comissão também assistiram à sessão. 

 
 Manifestantes pedem prisão de deputados peemedebistas em frente à Alerj

Por causa do protesto, a Rua Primeiro de Março, na altura da Alerj, precisou ser interditada. De acordo com o Centro de Operações, o trânsito foi desviado para a Rua Almirante Barroso. Os motoristas enfrentaram congestionamento na Avenida Presidente Antônio Carlos, a partir da Avenida Beira-Mar. O COR pediu que as pessoas evitassem a região.

Ás 16h, PMs do Batalhão de Choque (BPChq) começaram a atirar bombas de gás e efeito moral contra os manifestantes. A confusão começou por volta das 15h40, quando uma liminar da Justiça liberou a entrada dos manifestantes nas galerias da Alerj para acompanharem a votação. Uma oficial de justiça não conseguiu entrar na Casa para entregar a decisão e os ativistas tentaram forçar as grades de proteção. Neste momento, a polícia começou a lançar as bombas e balas de borracha contra os presentes. Um jovem de 20 anos ficou ferido na cabeça. 

 
 Manifestantes fazem protesto na porta da Alerj


Fernando Veiga Neves estava próximo às grades que separam os manifestantes do acesso à Alerj e foi atingido tão logo a Polícia Militar passou a fazer uso das bombas de gás. O estudante foi atendido por enfermeiros da Cruz Vermelha na esquina da Rua do Carmo com a Sete de Setembro. Ele sangrava e foi orientado pelos enfermeiros a procurar um hospital para ser examinado. Agentes da CET-Rio estiveram nos pontos de bloqueio e orientaram os motoristas. 

Às 18h, o COR informou que a Rua Primeiro de Março, no Centro, foi totalmente liberadas. Também foram interditadas, na tarde de hoje, as vias: Av. Pres. Antônio Carlos; R. da Assembleia; Av. Rio Branco; pista lateral da Av. Pres Vargas, a partir da Av. Passos, sentido Candelária; e Rua da Carioca.

Cardápio na cadeia inclui feijão e carnes
A Secretaria de Estado de Administração Penitenciária (Seap) informou, nesta sexta-feira, Picciani, Albertassi e Paulo Melo não estão dividindo a mesma cela na Cadeia Pública José Frederico Marques, em Benfica.

Segundo o órgão, o cardápio do almoço dos parlamentares inclui arroz ou macarrão, feijão, farinha, carne branca ou vermelha, legumes, salada, sobremesa e refresco. Já o desjejum é composto por pão com manteiga e café com leite. O lanche inclui guaraná e pão com manteiga ou bolo.

Investigados na operação Cadeia Velha, que apura favorecimento a empresas de ônibus por parlamentares fluminenses, os três foram para a mesma unidade prisional onde estão outros presos da Lava-Jato, entre eles Sérgio Cabral, que completa um ano de cadeia hoje. Segundo as investigações da Polícia Federal, os três teriam recebido, em sete anos, R$ 135 milhões em propinas de empresários do setor, sendo parte paga a pedido de Cabral.

 

 Comissão discute sobre manutenção da prisão de deputados do PMDB

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