16/01/2018 - AGÊNCIA DE NOTîCIA - PARCEIRO - O ex-presidente Lula participa de ato chamado 'Em Defesa da Democracia e de Lula", no Teatro Oi Casa Grande, no Leblon, na Zona Sul do Rio , na noite de terça-feira (16), com artistas e intelectuais. No dia 24 Lula será julgado em segunda instância no processo do triplex, da Operação Lava Jato, o que poderá ser decisivo para sua candidatura à Presidência este ano - Cesar Sales/Parceiro/Agência O Dia
São Paulo - A seis dias do julgamento em segunda
instância que poderá torná-lo inelegível, o ex-presidente Luiz Inácio
Lula da Silva afirmou nesta quinta-feira que pretende sair candidato à
Presidência "aconteça o que acontecer". Em discurso durante ato de
artistas e intelectuais em seu apoio, em São Paulo, o petista voltou a
acusar seus adversários de quererem criminalizar o PT.
"Quero que o PT me indique à Presidência. Se não for
como candidato, serei como cabo eleitoral. Se o PT quiser, estarei como
candidato à Presidência, aconteça o que acontecer", disse.
Condenado em primeira instância no âmbito da Lava Jato,
Lula terá recurso julgado pelo Tribunal Regional Federal da 4ª Região
(TRF-4) no dia 24, em Porto Alegre, no caso do tríplex do Guarujá (SP).
Segundo a Justiça, o apartamento teve a reforma paga pela empreiteira
OAS, que recebeu em troca vantagens indevidas. Se tiver a condenação
confirmada, Lula poderá ficar inelegível pela lei da Ficha Limpa. Sobre o
julgamento, Lula disse estar "tranquilo" e "com a consciência limpa".
"Mesmo se acontecer a condenação, vocês verão que eu continuarei
tranquilo A minha tranquilidade vai infernizar a vida deles."
Criminalização. Participaram do ato de apoio a Lula,
entre outros nomes, os músicos Odair José, Thaíde, Ana Cañas, Raquel
Virgínia, Assucena Assucena e Edgar Scandurra, os atores Celso Frateschi
e Aílton Graça, a cineasta Laís Bodanzky, os urbanistas Raquel Rolnik e
Nabil Bonduki, o jurista Fábio Konder Comparato, o escritor Raduan
Nassar e a mulher do falecido educador Paulo Freire, Nita Freire.
Repetindo o discurso de terça-feira, quando participou de ato semelhante no Rio, Lula disse que o PT está sob ataque.
"Venho falando desde 2014 que eles querem criminalizar o
PT. Como não podiam mais dar um golpe, venderam a ideia que o Brasil
tinha uma doença, e essa doença era o PT. Falaram tanto que anestesiaram
a sociedade", disse o ex-presidente a uma plateia que lotou o salão da
Casa de Portugal, no bairro da Liberdade, região central de São Paulo. A
derrocada de Dilma Rousseff, segundo ele, foi uma "cirurgia" feita
depois dessa anestesia.
Lula disse ainda que o partido não soube reagir a esse
ataque de início, mas que agora está se recuperando. Citou como exemplo o
enfrentamento da reforma trabalhista, a qual criticou, afirmando que
ela vai "tirar do trabalhador mais pobre".
Além dos artistas, participaram do ato diversos
políticos, entre eles a senadora e presidente do PT, Gleisi Hoffmann
(PR), o ex-prefeito de São Paulo Fernando Haddad, o ex-chanceler Celso
Amorim, o ex-senador Aloizio Mercadante, os ex-ministros Alexandre
Padilha (Saúde), Eleonora Menicucci (Secretaria de Políticas para as
Mulheres) e Paulo Vannuchi (Direito Humanos) e o líder do Movimento dos
Trabalhadores Sem Teto (MTST), Guilherme Boulos.
"Neste momento não há dúvidas que defender Lula é
defender a democracia no Brasil", disse Boulos, que é cotado para
concorrer à Presidência pelo PSOL. "O papel de quem é de esquerda,
concorde ou não com o presidente Lula, é defender seu direito de
participar dessa eleição."
'Soberania nacional' em jogo
Durante o ato desta quinta-feira, Lula voltou a
criticar os membros da força-tarefa da Lava Jato e o juiz Sérgio Moro
pela forma como atuaram em seu caso, dizendo que eles inventaram uma
"mentira" e que agora "não conseguem voltar atrás". O petista afirmou
ainda que seu julgamento virou uma questão de "soberania nacional".
Lula participou de ato em São Paulo, nesta quinta - Divulgação
"Os delegados da Lava Jato mentiram. Mentiu o
Ministério Publico quando fez a acusação e mentiu o juiz Sérgio Moro
quando me condenou (...) Como é que eles vão dizer agora que eu não
tenho um tríplex?", questionou. Lula disse que sempre acreditou na
democracia, mas que agora entende que existem dois tipos dela: uma
"democracia formal" e a "democracia que queremos".
"O que está em jogo neste instante é algo mais forte
que eu, é a soberania nacional. Eles querem fazer com que esse País
volte a ter complexo de vira-lata", disse o petista, retomando o
discurso de que os governos não petistas trabalharam para vender o
patrimônio nacional e manter a desigualdade no País. "Igualdade (para
eles) é uma palavra com forte conteúdo e pouca praticidade."
Lula ainda enumerou as realizações de seu governo e
disse que, apesar de tudo, o brasileiro "aprendeu que é bom ter direito"
e "a andar de cabeça erguida".
Em entrevista para jornalistas estrangeiros, Lula
também afirmou que uma possível impugnação de sua candidatura seria
considerada uma 'fraude', e que vai continuar 'brigando' até o final.
"Na minha vida eu não conheço a palavra desistir e não
faço uso dela", disse a representantes dos jornais El País, The New York
Times, The Guardian, La Nación, Die Zeit e Liberátion.
(Por
Estadão Conteúdo)
Nenhum comentário:
Postar um comentário