Um dos mais respeitados magistrados brasileiros e um dos maiores símbolos do combate à corrupção no país, o juiz Sérgio Moro, responsável pela condução em primeira instância, da Operação Lava Jato, a partir da décima terceira Vara Criminal da Justiça Federal de Curitiba, no estado do Paraná, proferiu “forte” decisão, em relação ao processo de corrupção que envolve o ex-governador do estado do Rio de Janeiro, Sérgio Cabral. Vale lembrar que o ex-governador fluminense encontra-se sob regime fechado de prisão, no complexo penitenciário de Benfica, no Rio. Entretanto, sérias acusações de crimes de corrupção, relacionados a “colarinho branco”, o que acabou resultando em desvios e rombos bilionários dos cofres públicos do estado.
A Lava Jato é considerada a maior operação anticorrupção em toda a história contemporânea do Brasil e uma das maiores operações anticorrupção já desencadeadas em todo o mundo. Entretanto, pairam sérias dúvidas de como estaria se dando o regime disciplinar de Cabral na prisão fluminense.
Nova determinação do juiz Sérgio Moro
O Ministério Público Federal no Rio de Janeiro se manifestou a respeito
da situação do ex-governador fluminense, baseado uma ação civil pública
implementada no estado. A solicitação do Ministério Público se refere à
transferência de Sérgio Cabral, do Rio de Janeiro para o Paraná. O juiz
Sérgio Moro acatou o pedido e determinou que Cabral seja transferido
para o Complexo Médico Penal, de Pinhais, na região metropolitana de
Curitiba.
As acusações que pesam sobre Sérgio Cabral se referem a supostas “regalias” que ele teria tido no sistema prisional carioca.
Dentre as regalias, pode-se mencionar
que havia, até mesmo, uma “sala de cinema” instalada na Cadeia Pública
de Benfica. Além disso, alguns produtos finos chegavam até o político
fluminense, como queijos de alta qualidade, além de pescados, como
bacalhau.
O juiz Sérgio Moro justificou a decisão
pela transferência de Cabral do Rio para o Paraná, ao considerar que o
político possui relações altamente relevantes com autoridades estaduais
fluminenses, o que representaria um “risco considerado concreto de que
ele possa utilizar essas relações para obter, de forma contínua, ou
mesmo tentar privilégios no cárcere”.
Ao escrever sua decisão, Sérgio Moro foi
ainda mais longe, ao afirmar que “mantendo-se no estado do Rio de
Janeiro, constituirá um verdadeiro às autoridades prisionais cariocas ou
de controle, de modo que possa prevenir a ocorrência de supostas
irregularidades e privilégios”. Um dos exemplos mencionados pelo
magistrado paranaense, trata-se da transferência do ex-presidente da
Câmara Federal, Eduardo Cunha, para o Paraná, o que possibilitou que ele
se mantivesse “distante de seu local de influência e de antigos
parceiros do crime”.
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