quarta-feira, 21 de março de 2018

Candidato, Alckmin diz que reformaria Previdência já no 1º ano. PSDB referendou pré-candidatura do governador paulista à Presidência durante reunião nesta terça-feira; senador Tasso Jereissati comandará campanha

BRASIL, POLÍTICA
 O governador de São Paulo, Geraldo Alckmin, é apresentado pela executiva nacional do PSDB como pré-candidato do partido ao Planalto - 20/03/2018
 O governador de São Paulo, Geraldo Alckmin, é apresentado pela executiva nacional do PSDB como pré-candidato do partido ao Planalto - 20/03/2018 (PSDB/Divulgação)

Referendado nesta terça-feira como o pré-candidato do PSDB à Presidência da República, o governador de São Paulo, Geraldo Alckmin, disse que faria uma “reforma no regime geral da Previdência Social” em pouco tempo, caso assumisse o Planalto. “Tenho convicção de que a reforma tem de ser feita no primeiro ano de mandato”, afirmou.

Por “reforma”, Alckmin defendeu apresentar mudanças nas aposentadorias unidas ao que é a sua primeira proposta econômica: mudar a forma de correção dos fundos sociais do governo, como o Fundo de Garantia do Tempo de Serviço (FGTS), o seguro-desemprego e o abono salarial. A ideia é, argumenta, tentar torná-los mais vantajosos para os trabalhadores – e, consequentemente, para o governo, que os utiliza como parte do orçamento federal.

No mês passado, o governador paulista anunciou o nome do economista Pérsio Arida, um dos idealizadores do Plano Real, para formular suas propostas para a economia. “Temos [ele e Pérsio] verificado que o trabalhador brasileiro tem sido espoliado ao longo tempo. É quase um Robin Hood às avessas, ou seja, o trabalhador financiando empresas, até através do FI-FGTS, empresas questionáveis do ponto de vista dos recursos públicos”, disse.

Ele também cutucou um dos calos do governo federal, hoje comandado por Michel Temer (MDB), que é a dificuldade em fechar a balança fiscal do país no azul. “Nós temos um problema ainda não resolvido. Não é natural ter déficit primário de 120 bilhões de reais”, afirmou, emendando com o que deve ser um dos seus principais discursos: a situação fiscal positiva de São Paulo.

Tasso

A reunião da Executiva Nacional do PSDB desta terça-feira serviu para que Geraldo Alckmin anunciasse o nome do coordenador-geral da sua campanha: o senador Tasso Jereissati (CE), que foi presidente interino do partido em 2017, quando rivalizou com o mineiro Aécio Neves. Por sinal, Aécio esteve ausente do encontro.

No cargo, Tasso se aproximou dos chamados “cabeças pretas”, que defendiam o afastamento do PSDB da base aliada e votos favoráveis às denúncias criminais contra Temer. Ele também foi o responsável por uma campanha publicitária da sigla que quase pedia desculpas por apoiar o governo do emedebista.

À época em que o vídeo foi ao ar na televisão, o senador cearense disse que acompanhava o “pulsar das ruas”. Perguntado se a ideia é a mesma ao colocá-lo para coordenar o programa de governo, o deputado federal Ricardo Trípoli (SP), vice-presidente do PSDB, disse que “o caminho é por aí”.

Eleições 2018

Sobre Temer, Alckmin ainda disse considerar “legítimo” o interesse crescente do presidente em disputar a reeleição. “É legítimo. O MDB é um partido importante. O fato de termos muitas candidaturas é resultado do quadro multipartidário. O tempo irá afunilando as candidaturas à Presidência”, respondeu.

O tucano também avaliou que o fato de sua base se dividir em dois palanques não será um problema para a sua candidatura. Isto ocorrerá porque tanto seu vice-governador, Márcio França (PSB), quanto o prefeito paulistano João Doria (PSDB) já anunciaram que disputarão a sucessão.

“Teremos vários candidatos. A candidatura de Doria em São Paulo não atrapalha em nada. O Estado de São Paulo está em ótimas mãos com Márcio França”.


(Com Estadão Conteúdo)

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