quarta-feira, 21 de março de 2018

Juiz vê professora que denunciou tortura em Alcaçuz como exagerada. Henrique Baltazar dos Santos disse que não há provas para a tortura que Juliana Melo diz acontecer

SISTEMA PRISIONAL
 
 Juiz Henrique Baltazar durante visita a Alcaçuz em 2016 (Alberto Leandro/Portal No Ar)

O juiz Henrique Baltazar dos Santos, designado pelo Conselho Nacional de Justiça como coordenador de fiscalização do sistema carcerário, disse ao PORTAL NO AR que não há provas para a tortura que a professora Juliana Melo afirma acontecer em Alcaçuz. As acusações dela, que é vista pelo magistrado como “exagerada”, foram publicadas pela revista Época.

“Ela é meio exagerada. Tem coisas que ela diz para as quais não há prova como, por exemplo, a de que um agente teria sido feito refém este ano em Alcaçuz. Eu não soube disso. Minha esposa é agente penitenciária e me disse que também nunca ouviu falar”, declarou.

O juiz se refere ao trecho da declaração da professora que diz: “Em 21 de fevereiro, houve uma tentativa de rebelião no Pavilhão 5. Fizeram um agente refém dentro de uma cela”.

O fato já foi desmentido pelo secretário de Justiça, Luís Mauro Araújo, em entrevista ao PORTAL NO AR: “Ela falou que houve uma rebelião em fevereiro, mas nem bate-boca costuma existir, e um agente não entra sozinho em uma cela”.

Henrique Baltazar dos Santos explicou que já ouviu de advogados de presos “algumas dessas coisas que a professora falou”. “Então recomendei ao juiz Francisco Rocha, responsável pela área de Alcaçuz, para ver se procede. Ele diz que nunca consegue provas. Tem preso que é levado para passar pelo exame de corpo de delito, mas o Itep não acha sinais de tortura”, pontuou.

(Por Ayrton Freire/Portal no Ar)

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