BRASIL, POLÍTICA
Ministro da Fazenda, Henrique Meirelles (MDB) (Gustavo Raniere/MF/Divulgação)
Buscando liderar o movimento político do chamado “centrão” para as
eleições de 2018, o pré-candidato à Presidência pelo MDB, o ministro da
Fazenda Henrique Meirelles, acenou para os eleitores de Luiz Inácio Lula da Silva (PT) durante sua passagem por Porto Alegre neste sábado, 16.
“Muitos que declaram intenção de voto a ele [Lula] têm uma boa recordação
do período em que ele foi presidente, que foi o mesmo período que tive a
posição de presidente do Banco Central. Portanto, estou muito confiante
na evolução desse processo”, disse ao ser questionado por VEJA a
respeito da influência de Lula na votação de outubro. Meirelles falou à
imprensa antes de participar do 2º Congresso Estadual do MDB Mulher-RS,
na capital gaúcha.
“Trabalhei com ele como presidente do Banco central. Foi um trabalho
onde tínhamos um acordo de independência. Portanto, eu não tinha uma
participação política no governo, ao contrário do governo do presidente
Michel Temer. No caso do presidente Lula, eu era presidente do Banco
Central, que era independente, autônomo. Trabalhei muito bem nessa posição”, afirmou o ministro.
Quanto à prisão do ex-presidente, Meirelles afirma que “respeita a
Justiça” e que “cada um tem direito de defesa, direito a seu advogado”.
“A influência dele [Lula] na eleição, se não estiver disputando
diretamente, vai ser mais difícil. Porque os eleitores que declaram
intenção de voto a ele, nem todos declaram intenção de voto ao candidato
do PT”, disse.
Meirelles acredita também que o deputado federal Jair Bolsonaro (PSL-RJ)
já chegou no seu teto de votos e que suas propostas são equivocadas.
Para o ministro, a conjuntura política é favorável a um candidato de
centro. “A maioria do eleitorado está no centro democrático, à espera de
um candidato. Todas as pesquisas que fazemos diretamente sobre esse
tópico mostram isso, que a maioria dos eleitores não está definida.
Significa que eles não estão satisfeitos com os candidatos dos
extremos”, disse.
Segundo ele, o MDB está aberto para negociar com outras siglas de
centro, mas não abre mão da “cabeça de chapa” e não cogita ocupar o
espaço de vice em alguma aliança. “O MDB está em posição historicamente
favorável para ganhar essas eleições, temos também o histórico pessoal
que se junta a isso. Não há nenhuma razão para aceitar qualquer
composição que não seja o MDB como cabeça de chapa”, falou.
Mesmo com apenas 1% das intenções de voto conforme a última pesquisa
do Datafolha, o ministro da Fazenda se mostra confiante para chegar no
segundo turno da eleição. “A eleição brasileira tem essa característica
de dois turnos. A composição se dará, automaticamente, no segundo turno.
Aqueles que não nos apoiarem no primeiro, confiamos que vão nos apoiar
no segundo”, afirmou.
(Por
Paula Sperb/Veja.Abril.com.br)
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