Este é o protesto mais sangrento do país desde 1990
Já o Alto Comissariado das Nações Unidas para os Direitos Humanos também solicitou rápida e independente investigação das mortes. Os EUA e a União Europeia também criticaram o que chamaram de força excessiva policial
Uma "Comissão da Verdade" parlamentar foi instaurada no início desta semana para apurar a ação policial. As manifestações, que tiveram a participação de forças sandinistas (de esquerda), queimaram ônibus e veículos nas proximidades
Mas nem por isso as manifestações, que se espalharam pelo país, arrefeceram. A exigência de investigação e punição ao que os oposicionistas consideram abusos das autoridades de segurança se tornaram o mote dos protestos
A marcha se iniciou às 14h (17h de Brasília) e o governo prometeu organizar uma outra manifestação com apoio de populares, denominada "canção para a paz e o amor". Mesmo com esse slogan, há temor em relação a um possível confronto entre as partes
A polícia e grupos paramilitares leais ao presidente da Nicarágua, Daniel Ortega, mataram ao menos 10 pessoas, no domingo (15), disse uma organização de direitos humanos, e o saldo de mortes em confrontos violentos no país da América Central continua a crescer.
As mortes ocorreram quando forças do governo atacaram a comunidade de Monimbo e a cidade vizinha de Masaya, situada cerca de 25 quilômetros ao sudeste da capital, Manágua, disse Álvaro Leiva, da Associação Nicaraguense de Direitos Humanos.
A Nicarágua está sendo abalada por tumultos desde abril, quando Ortega, um ex-líder guerrilheiro marxista, propôs reduzir benefícios dos aposentados para diminuir a carga orçamentária.
Mesmo tendo sido descartado mais tarde, o plano provocou confrontos violentos e pedidos de renúncia de Ortega.
O líder estudantil Lester Alemán, um dos manifestantes à frente da exigência de renúncia de Ortega, disse aos repórteres que quer "deter a repressão".
Uma greve nacional esvaziou as ruas na sexta-feira, quando lojistas abaixaram as portas em atenção a pedidos de grupos da sociedade civil que querem que Ortega renuncie e antecipe eleições.
Os protestos na Nicarágua, iniciados por estudantes no dia 18 de abril, continuaram a ocorrer nesta quarta-feira (9) e, desta vez, além das reivindicações iniciais, contra o governo de Daniel Ortega e a Reforma da Previdência, a exigência é de justiça pelos pelo menos 43 mortos ocorridos na ocasião (CENIDH - Centro Nicaraguense de Direitos Humanos - fala em 45 mortos)
(R7.com/via Reuters)
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