segunda-feira, 28 de janeiro de 2019

‘É mais difícil encontrar sobreviventes’, diz tenente em 4° dia de buscas. Até o momento, Corpo de Bombeiros confirma 60 mortos e 292 desaparecidos em Brumadinho. Israelenses passaram a integrar operação

TRAGÉDIA EM MINAS GERAIS

Rompimento de barragem da mineradora Vale em Brumadinho (Leo Drumond/NITRO/.)

Daniel Muniz Veloso, Carlos Roberto Deusdeti e Flaviano Fialho (acima); Leonardo Alves Diniz, Jonatas Lima Nascimento e Marcelle Porto Cangussu (abaixo), algumas das vítimas identificadas no desastre em Brumadinho (Fotos/Reprodução)

As buscas por vítimas e sobreviventes do rompimento da barragem da Vale em Brumadinho (MG) entraram no quarto dia nesta segunda-feira, 28. Conforme boletim divulgado pelo Corpo de Bombeiros às 10h40, o número de mortos passou de 58 para 60, dos quais 19 foram identificados, e a quantidade de desaparecidos foi de 305 para 292. Até o momento, 192 pessoas foram resgatadas com vida.

Representantes do Corpo de Bombeiros ponderam que não há expectativa de encontrar sobreviventes entre os desaparecidos. Militares do Exército de Israel, que chegaram ao Brasil na noite de domingo, integram as buscas a partir de hoje.

O porta-voz dos bombeiros de Minas Gerais, tenente Pedro Aihara, declarou na manhã desta segunda que a situação da lama complica a procura. “Após 48 horas de operação, torna-se muito mais difícil de encontrar vítimas com vida. Existem relatos de pessoas que conseguem sobreviver em desabamentos, mas não com movimento de massa. A lama funciona como a água, ocupa todos os espaços, e não deixa bolsões de ar, como acontece em desabamentos. Mas até que todos os corpos sejam encontrados, o Corpo de Bombeiros trabalha com a doutrina de buscar por sobreviventes”, explicou Aihara.

O bombeiro afirmou que as buscas durante o domingo aconteceram, sobretudo, em uma casa no limite da mancha de inundação e em um ônibus. Os corpos de três mortos foram retirados da residência, enquanto, no caso do coletivo, os trabalhos não puderam continuar pelas dificuldades na instalação de equipamentos de iluminação.

As buscas se reiniciaram às 4 horas desta segunda-feira, 28, já com apoio dos 136 militares israelenses, que chegaram ao país com 16 toneladas de equipamento na noite deste domingo. De acordo com Aihara, a atuação dos militares Israel será conjunta com os bombeiros brasileiros e ficará concentrada próxima a área do refeitório da Vale e da pousada.


Os bombeiros trabalham com a possibilidade de aumentar o perímetro para as buscas porque a força da lama pode ter deslocado os prédios para frente. Ao todo, são 280 bombeiros militares brasileiros na busca. 

Entre os desaparecidos há moradores da cidade e funcionários da Vale. A empresa divulgou no sábado uma lista com esses nomes. Até o momento foram identificadas as seguintes vítimas fatais da ruptura da barragem:
  1. Adriano Caldeira do Amaral
  2. Carlos Roberto Deusdeti
  3. Daniel Muniz Veloso
  4. David Marlon Gomes Santana
  5. Djener Paulo Las-Casas Melo
  6. Eliandro Batista de Passos
  7. Fabricio Henriques da Silva
  8. Flaviano Fialho
  9. Francis Marques da Silva
  10. Jonatas Lima Nascimento
  11. Leonardo Alves Diniz
  12. Marcelle Porto Cangussu
  13. Marcelo Alves de Oliveira
  14. Maurício Lauro de Lemos
  15. Moisés Moreira Sales
  16. Renato Rodrigues Maia
  17. Robson Máximo Gonçalves
  18. Wellington Campos Rodrigues
  19. Willian Jorge Felizardo Alves

Busca por sinal de celular

Os militares de Israel usarão equipamentos de tecnologia nas buscas, que incluem um aparelho que consegue captar sinal de celular embaixo da lama e sonares para identificar vítimas soterradas na lama. 

“Eles irão nos auxiliar com tecnologia. Os sonares ajudam a detectar a diferença entre a lama e o corpo humano. Os outros equipamentos são capazes identificar qualquer sinal de celular emitido na profundidade da lama. A identificação é pelo sinal do celular, não diz respeito ao sigilo telefônico”, disse o porta-voz do Corpo de Bombeiros de Minas Gerais. 

Segundo o tenente Aihara, as opções tecnológicas trazidas pelos israelenses se juntam ao uso de drones, câmeras termais e georreferenciamento.


(Veja.com.br)

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