terça-feira, 5 de março de 2019

Investigado por morte de Marielle, Marcelo Siciliano desfila pela Portela. 'Tentam fazer uma covardia comigo', afirmou. A menção ao nome do vereador na morte de Marielle é investigada pela em âmbito estadual e federal

VEREADOR CARIOCA
 
 Marcelo Siciliano, investigado pela morte de Marielle Franco, desfila pela Portela (//VEJA)

Apontado por uma testemunha como um dos possíveis mandantes da morte da vereadora carioca Marielle Franco (PSOL), o vereador Marcelo Siciliano (PHS) elogiou o samba da Mangueira deste ano, que menciona a política assassinada em março de 2018. Siciliano desfila pela primeira vez neste ano pela Portela. A família de Marielle está na Marquês de Sapucaí.

“Não encontrei a família da Marielle aqui, mas eles não acreditam nessa história. Eles mesmo disseram que querem a verdade, e não um culpado qualquer. A verdadeira resposta desse crime vai aparecer e eu vou voltar a ter paz, assim como a família dela. Tentaram fazer uma covardia comigo” declarou minutos antes de desfilar com a Azul e Branco de Madureira.

A menção ao nome de Siciliano na morte de Marielle é investigada pela em âmbito estadual e federal. Em maio do ano passado, o jornal O Globo revelou depoimento de uma testemunha que colocou o vereador e o miliciano Orlando de Curicica como mandantes da morte de Marielle. Segundo essa testemunha, a vereadora do PSOL estaria atuando para defender os interesses de moradores da Zona Oeste do Rio, o que prejudicaria negócios da dupla acusada na área.

Siciliano já prestou diversos depoimentos à Polícia e foi alvo de operação de busca e apreensão. Ele não deu nomes de quem estaria por trás de uma conspiração para desmoralizá-lo e tentar implicar seu nome no caso Marielle. Polícia Civil e Ministério Público investigam a possibilidade de envolvimento da milícia de Rio das Pedras , na Zona Oeste, com a morte de Marielle, através do grupo conhecido como “Escritório do Crime “, que estaria por trás de diversos homicídios cometidos na cidade.

“Fazer o bem incomoda as pessoas que precisam do poder. E aí, usam artifícios covardes para expulsar as pessoas que de alguma forma possam incomodar. Tem espaço pra todo mundo, ninguém tira voto de ninguém”, resumiu o vereador, em alusão a possíveis disputas eleitorais na Zona Oeste do Rio como razão de seu envolvimento no crime.

 
 Ronaldinho Gaúcho desfila pela escola de samba Portela – 05/03/2019 (//VEJA)

Convidado a desfilar pela diretoria da Portela, Siciliano disse que estar na Sapucaí foi um presente para que ele relaxasse.”Ninguém evita falar comigo aqui, todos me tratam muito bem”, disse, antes de dar um efusivo abraço no ex-jogador Ronaldinho Gaúcho e o sistema de som anunciar o começo do desfile da Portela.


(Por Leandro Resende, do Rio de Janeiro/Veja.com.br)

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