Brasília (AE) – Ao participar ontem da solenidade de entrega de mais um empreendimento do Minha Casa Minha Vida, a presidente Dilma Rousseff prometeu começar as contratações da terceira etapa do programa nas próximas semanas. No enanto, integrantes de sua equipe, já admitem que o governo não conseguirá cumprir a meta de contratar 3 milhões de novas moradias até 2018. Dilma e ministros participaram de inaugurações simultâneas de 2.691 moradias do programa de habitação popular em Brasília (DF), Bragança Paulista (SP), Sorocaba (SP), Hortolândia (SP), Nova Odessa (SP) e Canoas (RS). A presidente aproveitou a solenidade para garantir a continuidade de programas sociais classificados como “fundamentais”, como o MCMV e o Bolsa Família, apesar da necessidade de “apertar o cinto”. “Mas é importante saber que estamos fazendo um grande esforço para melhorar nossas finanças e voltar a crescer mais rápido”, afirmou.
José Cruz/Agência BrasilAo participar de solenidade no Distrito Federal, Dilma é cumprimentada por casal beneficiado com apartamento do Minha Casa
Em julho do ano passado, na véspera do início da campanha eleitoral, Dilma esteve na mesma comunidade do Paranoá (DF) e se comprometeu, pela primeira vez, a contratar 3 milhões de residências no segundo mandato, caso fosse reeleita. A promessa vem sendo adiada várias vezes ao longo de 2015. A dois meses do fim do ano, o governo conseguiu driblar o Congresso para começar as contratações da fase 3 sem o envio de uma Medida Provisória (MP) sobre o tema.
A solução foi recorrer ao Fundo de Garantia do Tempo de Serviço (FGTS), cujo conselho curador aprovou investimentos de R$ 60,7 bilhões no MCMV em 2016 Se antes o fundo, formado com dinheiro da poupança forçada dos trabalhadores, era usado apenas para dar descontos e juros subsidiados nos financiamentos, agora passa a construir moradias para as famílias mais pobres a fundo perdido.
Em nota, o Ministério das Cidades afirmou que a meta de 3 milhões de contratações de unidades habitacionais continua, mesmo dependendo de questões orçamentárias. “O que pode variar é com relação ao prazo, mas o governo federal trabalha para ser até 2018”, completou.
Para o presidente da Câmara Brasileira da Indústria da Construção Civil (Cbic), José Carlos Martins, além das restrições orçamentárias, a economia brasileira em recessão também dificultará bater a meta até 2018 porque atrapalha as contratações nas faixas 2 e 3. “As famílias não vão querer pegar um empréstimo de longo prazo sendo que podem perder o emprego”, afirmou. “Mesmo nos áureos tempos, seria difícil bater em três anos a meta de 3 milhões”, completou.
fonte:TN
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