sexta-feira, 28 de julho de 2017

Dnit enfrenta problemas com desapropriações para prosseguir com obras no Gancho de Igapó. Superintendente do órgão, Willy Saldanha explicou que imbróglios com entidades como a Cosern, Caern e Potigás também têm desacelerado o progresso dos trabalhos

TRAVADA
 

A readequação do Gancho do Igapó, obra que teve início em junho de 2016, tem apenas 2% de seu progresso concluído. A despeito da previsão contratual para terminar os trabalhos em novembro de 2018, o Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (Dnit) tem enfrentado vários problemas que comprometem a intenção original de terminar a readequação no ano que vem. Um deles é a desapropriação de moradias que se colocam como obstáculos da equipe do Dnit.

Ao todo, são 40 residências que precisam ser desocupadas. O revés é que alguns moradores se recusam a deixar suas casas. O superintendente do Dnit, Willy Saldanha, explicou à reportagem do Portal Agora RN/Agora Jornal o que se está sendo feito para que as obras do Gancho de Igapó possam continuar.

“Em se tratando de desapropriações, alguns processos que já estão tramitando de forma administrativa estão sendo resolvidos. Inclusive, já pagamos por algumas desapropriações, mas enfrentamos, em outros casos, a negativa dos donos dos imóveis. Neste caso, estamos tendo que postular ações judiciais”, disse.

Orçada em aproximadamente R$ 33 milhões, a obra possui recursos garantidos pela Lei Orçamentária Anual de 2017. A readequação terá cerca de 2 quilômetros, que se alongará pela BR-406. Ela ainda possui uma entrada para São Gonçalo do Amarante, na RN-160, assim como um túnel que avança em direção a Igapó.

“Quando conseguirmos resolver as interferências e desapropriações, focaremos nos três níveis da readequação: um túnel; uma rotatória a nível do solo para acessos locais e a BR, que vai subir em elevado, que é o viaduto, para o tráfego da BR-101/406 (Ceará-Mirim/Natal e Natal/Ceará-Mirim) passar sobre o complexo”, avaliou o superintendente.

Até o momento, o Dnit realizou a manutenção do canteiro de obras e a supressão vegetal, mas esbarra nas interferências da rede de água (pela Caern), rede de energia (pela Cosern), rede de gás (pela Potigás), além das já mencionadas desapropriações. Esse bojo de problemas, segundo Saldanha, está atrasando o desenvolvimento da obra.

“Entramos em conversação com todas as companhias. Com relação à Caern, há uma tubulação de água deles que passa no meio da obra. Entramos em contato e eles se mostraram solícitos. A Caern diz que vai nos atender na medida em que a obra avançar”, explanou.

O próximo passo é lidar com a Potigás. Nesta questão, assim como a Caern, o presidente Beto Santos se mostrou compreensivo com o Dnit, porém, nenhum acordo foi feito ainda. “Com relação a Potigás, conversamos na última semana com o governador Robinson Faria e com o presidente da Potigás, Beto Santos, para expormos a problemática; já havíamos notificado a Potigás anteriormente, mas o presidente pediu para nós enviarmos novo ofício e disse que vai tomar as providências para que essas redes sejam retiradas. Ele todavia, não deu prazo”.

A Caern e a Potigás são os únicos “obstáculo” relativamente fáceis para o Dnit ultrapassar. De acordo com Willy Saldanha, os problemas com a Cosern são um pouco mais complicados.

“Com relação à rede de energia, também fizemos um entendimento administrativo. Só que a Cosern está com o posteamento dentro da faixa-domínio de forma irregular, mas para ser removida ela cobra um certo valor do qual não concordamos. Algumas ações estão sendo judicializadas”, admitiu Saldanha.

O superintendente expõe que, apesar da união em certos aspectos, a Cosern representa grande barreira no momento em que causa a vinda de um problema já familiar: as desapropriações. “Também encontramos parcerias dentro da Cosern para tirar alguns pontos específicos, como na BR-101, mas em Igapó não se avançou, até porque, para se retirar esse posteamento, há a necessidade de realoca-los para outro local, o que vai gerar nova necessidade de desapropriações”, finalizou.

(AgoraRN)

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