BRASIL, POLÍTICA
REPROVADO - O presidente Michel Temer: 'Vivemos num país de muito otimismo' (Cristiano Mariz/VEJA)
Com popularidade próxima do traço, o presidente
Michel Temer começa a semana otimista. Governo e oposição apostam que o
peemedebista conseguirá se livrar, na quarta-feira, da denúncia
apresentada pelo procurador-geral Rodrigo Janot. Confirmado o
arquivamento, na prática a Câmara terá passado o recado de que acha
desnecessário que o Supremo Tribunal Federal (STF) abra uma investigação
contra o primeiro presidente acusado de corrupção no exercício do
mandato. De acordo com Janot, o ex-assessor de Temer, Rodrigo Rocha
Loures, flagrado correndo com uma mala recheada com 500.000 reais em
propina, era o homem designado pelo próprio político para
verdadeiramente executar suas ordens.
Se no processo de impeachment da ex-presidente Dilma
Rousseff deputados dos mais diversos partidos discursaram em favor da
ética ao justificar os votos pela deposição da petista, no caso da
denúncia contra Temer, a tropa parlamentar perdeu o fervor cívico. A
moeda de troca: cargos, o compromisso de pagar 2 bilhões de reais em
emendas parlamentares nas três primeiras semanas de julho e o medo de
acabar na cadeia como tantos políticos enfronhados nos esquemas de
corrupção revelados pela Lava-Jato.
Com o país paralisado, Temer assumiu pessoalmente a ofensiva
para se livrar do risco de ser investigado na justiça por corrupção.
Espertamente, já enviou recados de que, tão logo a denúncia seja
devidamente arquivada, haverá uma reforma ministerial para contemplar os
deputados mais fiéis.
( Por
Daniel Pereira/Veja.Abril.com.br)
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