BRASIL, POLÍTICA
O ministro do Planejamento, Dyogo Oliveira (José Cruz//Agência Brasil)
Em dificuldades para fechar as contas, o governo prepara um programa de demissão voluntária (PDV) para servidores federais do Poder Executivo.
A ideia é oferecer aos interessados até 1,5 salário por ano trabalhado.
Uma Medida Provisória (MP) deve ser editada entre esta segunda (24) e
terça-feira (25) para estabelecer as normas do programa. Segundo o
ministro do Planejamento, Dyogo Oliveira, o governo espera adesão de
cinco mil funcionários e uma economia de 1 bilhão de reais por ano com a
medida.
As informações foram confirmadas pela assessoria de imprensa
do Ministério do Planejamento, órgão responsável pela gestão de pessoal
no governo federal. Os detalhes do PDV ainda estão sendo fechados, mas a
expectativa é que os efeitos em termos de economia sejam percebidos
apenas a partir de 2018.
Segundo o Ministério do Planejamento, a proposta prevê ainda
que os servidores efetivos poderão pedir a redução da jornada de
trabalho de oito horas diárias e 40 horas semanais para seis ou
quatro horas diárias e 30 ou 20 horas semanais, respectivamente, com
remuneração proporcional, calculada sobre o total da remuneração. Ainda
de acordo com a instituição, quem optar por isso terá o pagamento
adicional de meia hora diária, calculada conforme regulamentação a ser
editada pelo Ministério do Planejamento, Desenvolvimento e Gestão.
A despesa com pessoal deve chegar a 284,47 bilhões de reais
neste ano, segundo estimativa da área econômica divulgada no relatório
de avaliação de receitas e despesas do terceiro bimestre. Trata-se do
segundo maior gasto do governo, depois dos benefícios previdenciários
(559,77 bilhões de reais neste ano).
O governo tem sido criticado por ter aprovado, no ano
passado, uma série de reajustes para servidores federais. Neste ano, a
conta com despesas de pessoal e encargos sociais deve aumentar 26,6
bilhões de reais em valores nominais (sem descontar o efeito da
inflação).
Em 2018 e 2019, a estimativa é de que esse gasto cresça 22
bilhões de reais em cada um dos anos, segundo a Consultoria de Orçamento
e Fiscalização Financeira (Conorf) da Câmara dos Deputados.
O PDV tem sido um instrumento muito utilizado em empresas
estatais para diminuir o quadro de funcionários e, consequentemente,
reduzir o tamanho da conta de pessoal. Nos últimos três anos, o governo
federal desligou 50.364 funcionários das estatais com os PDVs e as
aposentadorias incentivadas. O número representa 77% do público-alvo dos
programas autorizados pelo Planejamento.
(Com Estadão)
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