Avião reserva da comitiva presidencial em que foi levado 39 quilos de cocaína para a Espanha (Clauber Cleber Caetano/PR)
O presidente Jair Bolsonaro voltou a lamentar neste domingo, 30, na volta ao Brasil, a prisão do sargento taifeiro da Força Aérea Brasileira (FAB) detido com 39 quilos de cocaína na Espanha após desembarcar do avião reserva da Presidência. Segundo ele, o sargento jogou “na lama” o nome das instituições brasileiras, mas disse que situações como essa podem “ocorrer em qualquer lugar do mundo”.
“Isso está sendo investigado. Ele jogou fora a vida dele, jogou na lama o nome de instituições e prejudicou o Brasil um pouco. Mas acontece em qualquer lugar do mundo, em qualquer instituição”, afirmou o presidente.
Bolsonaro voltou a usar a Indonésia como exemplo para insinuar a punição que o segundo-sargento Manuel Silva Rodrigues, 38 anos. No país do sudeste asiático, casos de tráfico de drogas são punidos com a pena de morte, o que não existe no direito brasileiro.
“Eu lamento todo o ocorrido. Meu grande lamento é que não foi na Indonésia, que seria mais um exemplo”, afirmou o presidente que voltou a fazer referência ao brasileiro Marcio Archer que foi preso no país asiático por tráfico de drogas e executado após ser condenado a pena de morte.
Acordo UE-Mercosul
Sobre a assinatura do acordo União Europeia-Mercosul, o presidente disse esperar que o Parlamento brasileiro seja o primeiro a aprovar o acordo de livre comércio. O acordo foi assinado na sexta-feira e depende de aprovação dos parlamentos dos países membros do Mercosul e do Parlamento Europeu.“Missão cumprida. Atingimos todos os objetivos. No meio do evento houve a concretização (do acordo) do Mercosul. As informações que eu tenho são as melhores possíveis. Entra em vigor daqui a uns dois anos ou três, depende dos parlamentos. Vamos ver se o nosso aqui…Talvez seja um dos primeiros a aprovar, espero.”, afirmou o presidente.
O processo de aprovação e ratificação do acordo de livre comércio entre o Mercosul e a União Europeia deve demorar cerca de dois a cinco anos, avaliam especialistas. Formalmente, o processo poderia ocorrer em dois anos, mas como se exige a aprovação do acordo em cada um dos parlamentos a previsão é que a discussão se estenda por mais tempo.
Após as aprovações e ratificações, a redução de tarifas entre os blocos entra em vigor, mas de forma gradativa, ao longo de dez anos. Um dos primeiros entraves para a sua aprovação definitiva ocorrerá no Parlamento Europeu, onde os “verdes” ganharam poder de influência e podem dificultar a aprovação do texto em represália à política ambiental do governo brasileiro.
(Por:Veja.com.br)
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