quinta-feira, 25 de julho de 2019

PT diz que inquérito contra hackers é ‘armação’ de Moro. Partido afirma que ministro 'comanda' operação da PF que prendeu suspeitos de invadirem seu celular e que investigação confirma autenticidade de mensagens

BRASIL,  POLÍTICA

O ministro de Estado da Justiça e Segurança Pública, Sergio Moro (Marlene Bergamo/ Folhapress/ Adriano Machado/ Reuters/VEJA)

O Partido dos Trabalhadores (PT) classificou como uma “armação” o inquérito que investiga a invasão do celular do ministro da Justiça e Segurança Pública, Sergio Moro, e outras autoridades. Quatro pessoas foram presas até aqui na operação e um dos advogados de defesa disse que o objetivo do grupo seria vender as mensagens ao PT.

Em nota, divulgada na noite desta quarta-feira 24, o partido diz que Moro “comanda” o inquérito da Polícia Federal e que seu propósito é “produzir mais uma armação contra o PT”. O texto afirma, ainda, que as investigações da Polícia Federal “confirmam a autenticidade das conversas ilegais e escandalosas que Moro tentou desqualificar nas últimas semanas.”

O posicionamento da legenda é assinado por sua presidente nacional, Gleisi Hoffmann; o líder do partido na Câmara dos Deputados, Paulo Pimenta; e o líder no Senado Federal, Humberto Costa.

Mais cedo, Ariovaldo Moreira, advogado de um dos detidos, o DJ Gustavo Henrique Eias Santos, declarou para veículos de imprensa que seu cliente afirmou, em depoimento, que a intenção de Walter Delgatti Neto – apontado como o hacker responsável pelas invasões – seria vender as mensagens obtidas ao PT.

A nota divulgada pelo partido considera “criminosa a tentativa de envolver o PT num caso em que é Moro que tem de se explicar e em que o maior implicado é filiado ao DEM”. A direção diz que a legenda “sempre foi alvo desse tipo de farsa” e que tomará medidas judiciais a respeito.

Na terça-feira, a Polícia Federal prendeu, na Operação Spoofing,quatro pessoas suspeitas de integrarem uma “organização criminosa” responsável por “violar o sigilo telefônico de diversas autoridades públicas brasileiras via invasão do aplicativo Telegram”, conforme decisão proferida pela Justiça Federal de Brasília. Segundo a PF, mais de 1.000 pessoas foram vítimas do suposto grupo hacker, entre elas os ministros Sergio Moro (Justiça), Paulo Guedes (Economia), desembargadores, procuradores, entre outros.

Veja, abaixo, a íntegra da nota do Partido dos Trabalhadores sobre o caso:

O ministro Sergio Moro, responsável pela farsa judicial contra o ex-presidente Lula, comanda agora um inquérito da Polícia Federal com o claro objetivo de produzir mais uma armação contra o PT.

As investigações da PF sobre as pessoas presas em São Paulo confirmam a autenticidade das conversas ilegais e escandalosas que Moro tentou desqualificar nas últimas semanas.

Acuado, o ex-juiz repete seus conhecidos métodos: prisões espetaculares e vazamentos direcionados contra seus adversários. É criminosa a tentativa de envolver o PT num caso em que é Moro que tem de se explicar e em que o maior implicado é filiado ao DEM.

O PT sempre foi alvo desse tipo de farsa, como ocorreu na véspera da eleição presidencial de 1989, quando a polícia vestiu camisetas do partido nos sequestradores do empresário Abílio Diniz antes de apresentá-los à imprensa.

O PT tomará as medidas judiciais cabíveis contra os agentes e os responsáveis por mais esta farsa. Quem deve explicações ao país e à Justiça é Sergio Moro, não quem denuncia seus crimes.

Gleisi Hoffmann, presidenta nacional do PT
Paulo Pimenta, líder do PT na Câmara dos Deputados
Humberto Costa, líder do PT no Senado Federal


(Por Diego Freire/Veja.com.br)

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