Ao assumir o seu segundo mandato, Dilma tomou duas providências que considerou prioritárias na época. Numa, acomodou amigos em poltronas que eram ocupadas por olheiros de Lula no Planalto. Noutra, deflagrou um plano para esvaziar o PMDB. Decorridos nove meses, Dilma descobriu-se sitiada por Lula e pelo PMDB. Para não cair, rendeu-se.
Ao ampliar a participação do PMDB num gabinete que prometera enxugar, Dilma entregou os anéis. Ao incluir a pasta da Saúde na cota do pseudo-aliado, ela sacrificou os dedos. Ao mexer na trincheira da Casa Civil, trocando Aloizio Mercadante, seu mais fiel assessor, por Jaques Wagner, um chapa de Lula, Dilma repassou sua alma ao padrinho político.
Está entendido que a maior influência sobre Dilma na redefinição do gabinete ministerial veio de Lula. Afora o fato de ter retomado espaços físicos que perdera —além da Casa Civil, a coordenação política, com Ricardo Berzoini— o morubixaba do PT orientou a elevação do cacife do PMDB.
O que vem por aí depende de duas respostas: 1) como Dilma vai lidar com a ideia de ser uma espécie de ex-presidente da República no cargo? 2) o que Lula planeja fazer com a política econômica do governo? Já se sabe que o dono de Dilma não está satisfeito com o ajuste fiscal de Joaquim Levy.
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