BRASIL, POLÍTICA
Michel Temer e Paulo Skaf se encontram durante reunião com líderes empresariais em Brasília (DF) (Beto Barata//VEJA.com)
Em um encontro fora da agenda oficial, o presidente da República, Michel Temer, recebeu no início da tarde deste domingo o presidente do Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp), Paulo Skaf,
e o economista e ex-ministro da Fazenda Delfim Netto, durante cerca de
quatro horas. Ambos saíram do local sem falar com a imprensa. O ministro
da Fazenda, Henrique Meirelles, também esteve na casa do presidente.
A reunião aconteceu dois dias após a Fiesp “ressuscitar” o
pato amarelo de cinco metros usados nos protestos contra a ex-presidente
Dilma Rousseff em 2016. A entidade fez críticas ao aumento dos impostos PIS e Confins sobre combustíveis.
A Federação fez duras ataques a política econômica do
governo. Em nota divulgada na sexta-feira, o Skaf afirmou que
“independentemente de governos” a entidade é contra o aumento de
impostos. O documento também faz fortes críticas a Meirelles: “Ministro,
aumentar imposto não vai resolver a crise; pelo contrário, irá
agravá-la bem no momento em que a atividade econômica já dá sinais de
retomada, com impactos positivos na arrecadação em junho”.
Assim que o aumento foi confirmado, a Fiesp voltou a colocar
o pato amarelo inflável na porta da entidade na Avenida Paulista. Além
do pato no nível da calçada, a Federação posicionou outro mascote, um
pouco menor, em uma sacada no mezanino do edifício. Também foram
distribuídos cerca de 300 patinhos aos pedestres na avenida. Em nota
divulgada na sexta-feira, o Skaf afirmou que “independentemente de
governos” a entidade é contra o aumento de impostos.
O Radar On-Line
revelou neste fim de semana que o ministro da Fazenda “perdeu espaço na
galeria dos homens de confiança do chefe”. De acordo com a coluna, o
presidente Michel Temer o considerou “desleal”. O motivo teria sido a
sinalização feita por Meirelles a interlocutores avisando “que aceita
permanecer na Esplanada mesmo se o presidente for afastado”. De qualquer
forma, no momento, o governo descarta uma mudança na equipe econômica.
De acordo com interlocutores do governo, o encontro entre
Temer e Skaf teve por objetivo aparar as arestas que surgiram depois do
aumento dos impostos PIS e Confins sobre combustíveis. Com a alta,
o governo espera uma arrecadação extra de 10,4 bilhões de reais.
Estipulada via decreto assinado pelo presidente Michel Temer (PMDB), a
medida tem como efeito mais significativo a alta da alíquota da gasolina
de 38 centavos por litro para 79 centavos.
Advogado é convocado
Além de Skaf, Delfim Netto e Meirelles, o presidente Michel
Temer também recebeu neste domingo o seu advogado Antônio Cláudio Mariz
de Oliveira. No início de agosto, o plenário da Câmara vai analisar a
denúncia com o peemedebista. Temer é acusado Procuradoria Geral de
República por corrupção passiva com base na delação premiada de
executivos da holding J&F, que controla o frigorífico
JBS. Por se tratar do presidente da República, as investigações só podem
prosseguir se houver autorização da Câmara dos deputados.
(Por
Renato Onofre/Com Estadão Conteúdo)
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