Por Josias de Souza
O deputado Leonardo Picciani (RJ), líder do PMDB na Câmara, está incomodado com o noticiário sobre a reforma ministerial de Dilma Rousseff. Abespinhou-se sobretudo com a difusão da versão segundo a qual a bancada federal do PMDB exigiu dois ministérios: Saúde e Infraestrutura. “Este foi um critério definido pela Presidência da República”, anotou Picciani numa rede social.
Uma vez definido, o critério foi “aprovado pela ampla maioria da bancada”, escreveu Picciani, sem mencionar quantos deputados referendaram o encaminhamento de duas listas de ‘ministeriáveis’ para que Dilma escolhesse os novos auxiliares.
O Ministério da Infraestrutura nasceria da fusão de outras duas pastas: Aviação Civil e Portos. Mas Dilma desistiu de executar a manobra. Quer manter na Aviação Eliseu Padilha, amigo do vice Michel Temer. E deseja transferir da pasta da Pesca, que será extinta, para a dos Portos Helder Barbalho, filho do senador Jader Barbalho.
Sem citar nomes, Picciani diz ter notado que há “setores que desejam que a bancada federal do PMDB seja apenas massa de manobra! É isso, por evidente, não será admitido nem por mim nem pela bancada.”
Em privado, Dilma diz que gostaria que o PMDB da Câmara avalizasse a manutenção de Padilha na Aviação. Picciani não parece propenso a atendê-la. “A bancada não veta nem se opõe a nenhum companheiro de legenda”, anotou o deputado. Porém…
Picciani cobra de Dilma “a manutenção do critério que foi estabelecido.” Pede, de resto, “respeito às nossas decisões e aos nossos parlamentares.” Quer dizer: se quiser manter Padilha, amigo do vice Michel Temer, Dilma terá de excluí-lo da cota do PMDB da Câmara. Conforme já noticiado aqui, o líder do PMDB escancara a vulnerabilidade da presidente petista.
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