segunda-feira, 28 de setembro de 2015

Transposição do rio São Francisco é tema de debate na Assembleia do RN. Políticos potiguares se reúnem nesta segunda (28) para tratar sobre a seca. Ministro da Integração Nacional, Gilberto Occhi deve participar da audiência.

TRANSPOSIÇÃO
Do G1 RN
Em Luís Gomes, cidade potiguar que faz divisa com a paraíba, Ministério da Integração Nacional já demarcou o terreno por onde será construído o Ramal Apodi, que faz parte das obras de transposição do rio São Francisco  (Foto: Anderson Barbosa/G1) 
Em Luís Gomes, cidade potiguar que faz divisa com a Paraíba, Ministério da Integração Nacional já demarcou o terreno por onde será construído o Ramal Apodi, que faz parte das obras de transposição do rio São Francisco (Foto: Anderson Barbosa/G1)
 
A pior seca dos últimos 100 anos no estado e a transposição das águas do rio São Francisco são temas de uma audiência pública que acontece na manhã desta segunda-feira (28) na Assembleia Legislativa do Rio Grande do Norte. Participam do debate, além dos deputados estaduais, toda a bancada federal, 
vereadores, prefeitos e lideranças partidárias. Ministro da Integração Nacional, Gilberto Occhi também deve participar do evento, intitulado RN pela Transposição. A audiência está marcada para ter início às 9h.
 
 As obras de transposição do São Francisco, que estão com 78,6% das obras concluídas segundo dados de agosto deste ano, possuem mais de 700 quilômetros de canais de concreto em dois grandes eixos (Norte e Leste) ao longo do território de quatro estados nordestinos (Pernambuco, Paraíba, Ceará e Rio Grande do Norte). Em agosto, a estação de bombeamento do Eixo Norte foi inaugurada pela presidente Dilma Rousseff, que esteve em Pernambuco. Na ocasião, ela garantiu aos deputados estaduais e ao governador do RN, Robinson Faria (PSD), a conclusão do trecho de 6 quilômetros que fará a transposição passar da Paraíba ao Rio Grande do Norte.
  No RN, obras da transposição não têm data para começar
 
A tão aguardada transposição do rio São Francisco, que de acordo com o Ministério da Integração Nacional (MI) também beneficiará o Rio Grande do Norte, ainda não tem data para chegar ao território potiguar. Ao G1, a assessoria de comunicação do MI explicou que as águas do Velho Chico chegarão ao estado duas maneiras. Uma delas é com a perenização do rio Piranhas/Açu. Significa que as águas do rio, que nasce na Serra do Piancó, na Paraíba, devem ser represadas pela barragem de Oiticica antes que elas desemboquem na barragem Armando Ribeiro Gonçalves.


A outra forma de a água entrar no estado será com a construção um sistema denominado Ramal Apodi, uma etapa da obra que faz parte do chamado Eixo Norte da transposição. Por este ramal, as águas deverão correr por canais, túneis, aquedutos e barragens, totalizando 115,5 quilômetros de extensão. Para isso, ainda de acordo com o ministério, estima-se que 857 propriedades terão que ser relocadas ou os donos indenizados em treze municípios da Paraíba, Ceará e no próprio Rio Grande do Norte.

Em solo potiguar, a transposição afetará famílias em Luís Gomes, Major Sales e José da Penha, por onde o ramal passará até chegar ao açude público de Pau dos Ferros, de onde as águas partirão até Angicos, já na região Central do estado. Ao final do percurso, 44 municípios devem ser beneficiados. O MI afirma que todo o Eixo Norte tem investimento orçado em R$ 5,25 bilhões e que já trabalha na elaboração do edital de licitação para que os serviços no Rio Grande do Norte tenham início. Só não disse quando.
Agricultor José Vandilson mostra o posto de saúde que teve a obra de construção interrompida par a passagem do Ramal Apodi  (Foto: Anderson Barbosa/G1) 
José Vandilson mostra o posto de saúde
que teve a obra de construção interrompida par dar
passagem ao Ramal Apodi
(Foto: Anderson Barbosa/G1)
 
Em Luís Gomes, cidade potiguar que faz divisa com a Paraíba, muitos moradores já foram procurados. José Vandilson Nunes da Silva tem 39 anos. Agricultor, ele disse que no ano passado técnicos do Ministério da Integração Nacional o contrataram para fazer a demarcação do terreno por onde o Ramal Apodi vai passar. Ao mostrar as estacas fincadas no chão, ele contou que recebeu a informação que pelas terras que ele possui, uma área de 2 hectares e meio, receberá algo em torno de R$ 40 mil.

O agricultor também mostrou o prédio de um posto de saúde que estava sendo construído na região, e que teve as obras interrompidas porque fica no caminho do ramal. “Pararam a obra na hora. Ia continuar pra quê? Pra depois ter que derrubar tudo?”, ressaltou.

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