INVESTIGAÇÃO
Lewandowski, relator do caso, apontou, na última segunda-feira, que o objetivo é investigar se houve omissão no enfrentamento da crise provocada pela falta de oxigênio hospitalar para atender pacientes internados com covid-19 em Manaus. Com estoques de cilindros zerados em algumas unidades de saúde, pessoas morreram por asfixia e outras precisaram ser transferidas para receber atendimento médico em outros Estados.
O ministro do Supremo também determinou que Pazuello preste depoimento à
Polícia Federal em cinco dias, após ser intimado, e que a investigação
seja concluída dentro de um prazo de dois meses. O general terá a
prerrogativa de marcar dia, horário e local para ser ouvido. A
investigação deve tramitar no Serviço de Inquéritos Especiais (Sinq) em
razão do direito ao foro pela prerrogativa da função de ministro de
Estado.
O inquérito foi aberto a pedido do procurador-geral da
República, Augusto Aras, após pressão de partidos políticos, de membros
do próprio Ministério Público e da opinião pública. O PGR se manifestou
em uma representação do partido Cidadania.
Ao comunicar a
abertura de inquérito, Aras disse ver 'possível intempestividade' nas
ações de Pazuello, indicando que o ministro da Saúde pode ter demorado a
reagir à crise em Manaus. O próprio governo já admitiu ao Supremo
Tribunal Federal que a pasta sabia desde 8 de janeiro da escassez de
oxigênio para os pacientes na capital amazonense, uma semana antes do
colapso.
Aras considerou os fatos 'gravíssimos'. De acordo com a Procuradoria, o
ministro da Saúde pode responder pelos fatos nas esferas cível,
administrativa e criminal, caso seja comprovada sua omissão na crise em
Manaus. "Considerando que a possível intempestividade nas ações do
representado (Pazuello), o qual tinha dever legal e possibilidade de
agir para mitigar os resultados, pode caracterizar omissão passível de
responsabilização cível, administrativa e/ou criminal, impõe-se o
aprofundamento das investigações a fim de se obter elementos
informativos robustos para a deflagração de eventual ação judicial",
afirmou o procurador-geral.
O próprio Pazuello chegou a admitir o
'colapso' na rede de saúde de Manaus. Após a declaração, o presidente
Jair Bolsonaro afirmou já ter feito a sua parte. Segundo ele, foram
enviados recursos e outros meios ao Amazonas para o enfrentamento da
covid-19. Na época, o vice-presidente, Hamilton Mourão, também saiu em
defesa do governo, dizendo que não era possível prever a situação na
capital e que estão fazendo 'além do que podem'.
(Por O Dia)
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