RECOMENDAÇÃO
Cerca de 15 mil mulheres grávidas receberam a vacina do laboratório da AstraZeneca no Brasil.O Ministério da Saúde recomendou ontem (19), que gestantes e puérperas
que já tomaram a primeira dose da vacina contra a covid-19 do
laboratório AstraZeneca devem aguardar o fim do puerpério (período de 45
dias após o parto) para receberem a segunda dose desse imunizante. A
orientação, que consta de uma retificação de uma nota técnica, vale para
cerca de 15 mil grávidas que receberam esse tipo de vacina.
A
nota esclarece que a vacinação das gestantes e puérperas com
comorbidades que não começaram a ser imunizadas deve ser feita com
vacinas que não contenham vetor viral, como Coronavac do Butantan ou a
vacina da Pfizer. Já para as grávidas sem comorbidades pertencentes a
outros grupos, como profissionais da saúde ou de outros serviços
essenciais, a imunização fica condicionada à prescrição médica, após
avaliação de benefício.
“Frente a ocorrência de um evento adverso
grave pós-vacinação em uma gestante vacinada com a vacina
AstraZeneca/Oxford/Fiocruz com possível associação causal com a vacina e
em atendimento a uma solicitação da Anvisa, o Programa Nacional de
Imunizações orienta a interrupção do uso da vacina covid-19
AstraZeneca/Oxford/Fiocruz em gestantes e puérperas”, como consta no
documento. A decisão do Ministério ocorreu em 11 de maio.
A nota
desta quarta-feira é assinada pela Coordenadora Geral do Programa
Nacional de Imunizações, Francieli Fantinato, e pelo Diretor
Departamento de Imunização e Doenças Transmissíveis, Laurício Cruz.
O
documento também esclarece que os riscos para outros grupos não
comprometem os benefícios da vacina. “Ressalta-se no entanto que o
perfil de benefício/risco desta vacina é ainda altamente favorável, e
deverá continuar a ser utilizada pelos demais grupos”, diz o documento.
Desde
11 de maio, a aplicação da vacina neste grupo está suspensa em pelo
menos 17 estados, após a morte de uma grávida no Rio de Janeiro depois
de ter recebido a vacina da Oxford/AstraZeneca. A Agência Nacional de
Vigilância Sanitária (Anvisa) emitiu nota técnica recomendando a
suspensão do imunizante para grávidas com comorbidades, como vinha
ocorrendo em alguns Estados. A última orientação da agência é para que
seja seguida a bula atual do medicamento da AstraZeneca, na qual não
consta o uso em gestantes.
O Ministério da Saúde ainda orienta
que as gestantes e puérperas que já se imunizaram com a vacina da
AstraZeneca fiquem atentas aos sintomas no período posterior à
vacinação, entre 4 a 28 dias. Caso sinta algum tipo de reação como falta
de ar, dor no peito, inchaço na perna, dor abdominal, dor de cabeça
persistente, dificuldade na fala, sonolência, pequenas manchas
avermelhadas na pele, devem procurar imediatamente atendimento médico.
(Por:Estadão Conteúdo)
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