quarta-feira, 12 de maio de 2021

Terceirizados do Walfredo Gurgel fazem greve por salários

 TERCEIRIZADOS EM GREVE NO WALFREDO

Paralisação começou nessa terça (11) por tempo indeterminado

Os trabalhadores terceirizados do Hospital Monsenhor Walfredo Gurgel estão em greve. A paralisação dos profissionais que atuam na higienização, lavanderia, cozinha e maqueiros aconteceu nessa terça-feira (11). Eles reivindicam o pagamento em dia do salário e vale-transporte que deveriam ter caído em conta no 5º dia útil do mês. A situação, no entanto, não é isolada. Há pelo menos cinco meses, eles lidam com os atrasos. Com a greve, a unidade está funcionando com apenas 30% do pessoal desses setores. 

As empresas responsáveis por fornecer o grupo que presta os serviços listados são a Jaguari LTDA, JMT Service e Safe. Elas são contratadas pela Secretaria de Estado da Saúde Pública (Sesap/RN). Sandoval Lopes, presidente do Sindicato dos Empregados no Comércio Hoteleiro e Similares no Estado do Rio Grande do Norte (Sindhoteleiros-RN), que representa a categoria, explicou que a situação dos empregados é agravada com a pandemia. Sem receber em dia, alguns estão tendo que se virar para conseguir dinheiro do transporte para ir ao trabalho. 

“Tem trabalhador com duas férias sem receber. Apesar do sindicato ter demanda de processo nesse sentido, é demorada a justiça. Os trabalhadores ficam prejudicados” disse. Sandoval Lopes relatou que além dos terceirizados que atuam no Hospital Monsenhor Walfredo Gurgel, trabalhadores de outras unidades também estão sendo afetados. “João Machado, Hospital da Polícia, Maria Alice, Santa Catarina... o pessoal está atento, em paralisação”, disse. 

Um funcionário da empresa Safe que presta serviços de limpeza e locomoção de pacientes em macas no HMWG, relatou que o sentimento de trabalhar nessas condições é de humilhação. Segundo ele, desde janeiro os pagamentos não entram na conta no dia determinado. A instabilidade se torna crítica com o cenário pandêmico vivido. Ele relatou que o risco de contrair Covid-19 e transmitir para os familiares é constante. 

“A gente trabalha porque precisa e fica à mercê. Ninguém sabe se é a Sesap ou se é a empresa, isso a gente não sabe, mas o que queremos são os nossos direitos. A gente quer trabalhar, no quinto dia útil queremos receber nosso pagamento e vale-transporte” disse. Essa também é a única imposição de todo o grupo, que alegou a volta com 100% do pessoal mediante depósito dos salários.

Repasses
Segundo o gerente administrativo da Jaguari LTDA., Jarbas Moura, a Sesap/RN não está repassando os pagamentos para a empresa desde dezembro de 2020. A Jaguari findou o contrato com a Sesap, que não deu continuidade com a parceria emergencial. Atualmente, a contratação da empresa é com contrato de indenização. 

A empresa alegou que arcou com os pagamentos até o mês passado, mas não conseguiu mais continuar com a obrigação que é de responsabilidade do Estado. “Estamos desde o dia 13 de dezembro até o presente momento sem receber um real da Sesap. A empresa arcou até o mês passado com os pagamentos, mas daí então chega um limite e não tem mais de onde a gente tirar” explicou Jarbas Moura. 

Ele disse que houve reuniões entre a terceirizada e a pasta estadual, mas sem solução.  “Tenho servidores em todas as unidades hospitalares aqui de Natal, e estão na mesma situação. Isso foi comunicado para a Secretaria”, completou Jarbas Moura. 

Já a empresa Safe, informou que a previsão de pagamento é até a sexta-feira (14), após o repasse da Secretaria. A TRIBUNA DO NORTE entrou em contato com a empresa JMT Service, que não retornou o contato até a edição dessa reportagem. O espaço está aberto.

O outro lado
Sobre a acusação de não repassar os valores referentes aos salários para a empresa Jaguari, a Sesap informou em nota que estão em andamento os processos para pagamento  que dependem da documentação fornecida pela empresa, desde a comprovação de frequência dos empregados até a regularidade fiscal e previdenciária das empresas.

(Por:Milka Moura/Tribuna do Norte)

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