TERCEIRIZADOS EM GREVE NO WALFREDO
Paralisação começou nessa terça (11) por tempo indeterminadoOs trabalhadores terceirizados do Hospital Monsenhor Walfredo Gurgel estão em greve. A paralisação dos profissionais que atuam na higienização, lavanderia, cozinha e maqueiros aconteceu nessa terça-feira (11). Eles reivindicam o pagamento em dia do salário e vale-transporte que deveriam ter caído em conta no 5º dia útil do mês. A situação, no entanto, não é isolada. Há pelo menos cinco meses, eles lidam com os atrasos. Com a greve, a unidade está funcionando com apenas 30% do pessoal desses setores.
As empresas responsáveis por fornecer o grupo que presta os
serviços listados são a Jaguari LTDA, JMT Service e Safe. Elas são
contratadas pela Secretaria de Estado da Saúde Pública (Sesap/RN).
Sandoval Lopes, presidente do Sindicato dos Empregados no Comércio
Hoteleiro e Similares no Estado do Rio Grande do Norte
(Sindhoteleiros-RN), que representa a categoria, explicou que a situação
dos empregados é agravada com a pandemia. Sem receber em dia, alguns
estão tendo que se virar para conseguir dinheiro do transporte para ir
ao trabalho.
“Tem trabalhador com duas férias
sem receber. Apesar do sindicato ter demanda de processo nesse sentido, é
demorada a justiça. Os trabalhadores ficam prejudicados” disse.
Sandoval Lopes relatou que além dos terceirizados que atuam no Hospital
Monsenhor Walfredo Gurgel, trabalhadores de outras unidades também estão
sendo afetados. “João Machado, Hospital da Polícia, Maria Alice, Santa
Catarina... o pessoal está atento, em paralisação”, disse.
Um
funcionário da empresa Safe que presta serviços de limpeza e locomoção
de pacientes em macas no HMWG, relatou que o sentimento de trabalhar
nessas condições é de humilhação. Segundo ele, desde janeiro os
pagamentos não entram na conta no dia determinado. A instabilidade se
torna crítica com o cenário pandêmico vivido. Ele relatou que o risco de
contrair Covid-19 e transmitir para os familiares é constante.
“A
gente trabalha porque precisa e fica à mercê. Ninguém sabe se é a Sesap
ou se é a empresa, isso a gente não sabe, mas o que queremos são os
nossos direitos. A gente quer trabalhar, no quinto dia útil queremos
receber nosso pagamento e vale-transporte” disse. Essa também é a única
imposição de todo o grupo, que alegou a volta com 100% do pessoal
mediante depósito dos salários.
Repasses
Segundo
o gerente administrativo da Jaguari LTDA., Jarbas Moura, a Sesap/RN não
está repassando os pagamentos para a empresa desde dezembro de 2020. A
Jaguari findou o contrato com a Sesap, que não deu continuidade com a
parceria emergencial. Atualmente, a contratação da empresa é com
contrato de indenização.
A empresa alegou que
arcou com os pagamentos até o mês passado, mas não conseguiu mais
continuar com a obrigação que é de responsabilidade do Estado. “Estamos
desde o dia 13 de dezembro até o presente momento sem receber um real da
Sesap. A empresa arcou até o mês passado com os pagamentos, mas daí
então chega um limite e não tem mais de onde a gente tirar” explicou
Jarbas Moura.
Ele disse que houve reuniões
entre a terceirizada e a pasta estadual, mas sem solução. “Tenho
servidores em todas as unidades hospitalares aqui de Natal, e estão na
mesma situação. Isso foi comunicado para a Secretaria”, completou Jarbas
Moura.
Já a empresa Safe, informou que a
previsão de pagamento é até a sexta-feira (14), após o repasse da
Secretaria. A TRIBUNA DO NORTE entrou em contato com a empresa JMT
Service, que não retornou o contato até a edição dessa reportagem. O
espaço está aberto.
O outro lado
Sobre
a acusação de não repassar os valores referentes aos salários para a
empresa Jaguari, a Sesap informou em nota que estão em andamento os
processos para pagamento que dependem da documentação fornecida pela
empresa, desde a comprovação de frequência dos empregados até a
regularidade fiscal e previdenciária das empresas.
(Por:Milka Moura/Tribuna do Norte)

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