Por Josias de Souza
Visto pelo ângulo da propaganda de
Dilma-2014, o Brasil iniciado em 2015 seria próspero e radioso. Não
chegou. Nem se dignou a mandar dizer por que não veio. Em meio à onda de
decepção, Lula recorre a um velho truque. Já que o amanhã de ontem não
se realizou hoje, ele se apresenta como alternativa para 2018. Faz isso
porque sabe que no futuro cabe tudo, pois nada pode ser cobrado nem
conferido.
A movimentação de Lula, intensificada
nas últimas 48 horas, deixa Dilma em má situação. Num instante em que a
Lava Jato pesa-lhe sobre os ombros como um passado que não passa,
jogam-lhe nas costas um futuro que não a inclui. Ao insinuar que não vê a
hora de deixar o banco de reservas, o criador deixa claro que nem ele
está gostando do que sua criatura anda fazendo em campo.
Neste sábado, discursando em São
Bernardo, seu berço político, Lula disse coisas assim: “A direita desse
país resolve dizer que o Lula está morto, que o Lula já era. […] Você só
consegue matar um pássaro se ele ficar parado no galho olhando para
você. Então, é o seguinte: eu voltei a voar outra vez.”
Em essência, a frase de Lula sobrevoa a
ideia de que Dilma tornou-se uma presidente de asas quebradas com três
anos e quatro meses de mandato pela frente.
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