domingo, 30 de agosto de 2015

Projeto Tamar comemora 35 anos com nova geração de tartarugas

PROJETO
 
Uma nova geração de tartarugas marinhas adultas passou a ocupar as praias e ilhas brasileiras nos últimos cinco anos. De acordo com dados analisados pelo Projeto Tamar, criado há 35 anos para proteger animais dessa espécie que passam pelo Brasil, de 2010 a 2015, houve crescimento de 86,7% no número de filhotes nascidos em relação ao quinquênio anterior.
 
“Estamos festejando o aparecimento dessa nova geração em idade reprodutiva. Isso praticamente dobrou a população de tartarugas marinhas no Brasil”, disse o coordenador-geral e um dos fundadores do projeto, o oceanógrafo Guy Marcovaldi. Segundo ele, os números comprovam o início da recuperação dessas espécies, mas não significam que a ameaça de extinção acabou. “Quando o Tamar completar 70 anos, teremos um número bom, porque será segunda geração de tartarugas, uma sobre a outra.”
 
De acordo com o pesquisador, quando o projeto começou, a tartaruga era um prato de comida, e a matança de fêmeas e o consumo dos ovos tinham praticamente interrompido o ciclo de vida desses animais. No primeiro ano de atividade, em 1980, o Tamar ajudou a salvar 2 mil tartarugas. Na temporada de desovas de 2013-2014, foram mais de 2 milhões de filhotes protegidos.
 
Estima-se que 7.350 tartarugas fêmeas estiveram em processo de reprodução no Brasil no último ano. Marcovaldi explica que as tartarugas são animais de vida longa e demoram 30 anos para atingir a idade adulta. Por isso, os resultados de trabalhos de conservação demoram a aparecer.
 
Nos últimos 35 anos, o Tamar protegeu mais de 20 milhões de filhotes. “Mas, por fatores naturais, apenas um ou dois em cada mil sobrevivem no mar”, explica Marcovaldi. No Brasil, as principais ameaças à recuperação das tartarugas são as redes de pesca, os anzóis e a poluição dos oceanos.

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