O evento reuniu cerca de 600 convidados
no LIDE (Grupo de Líderes Empresariais). Lula não é investigado na
Operação Lava Jato, mas antigos aliados seus, quadros históricos do PT,
como José Dirceu (ex-ministro-chefe da Casa Civil) e João Vaccari Neto
(ex-tesoureiro do partido) foram presos por ordem de Moro.
“Dr. Sérgio, várias perguntas sobre um
mesmo tema e um mesmo personagem: Luiz Inácio Lula da Silva,
ex-presidente do Brasil”, disse o empresário João Dória Junior,
presidente do LIDE e pré-candidato à prefeitura de São Paulo pelo PSDB.
“Diante do que os autos indicam pode-se afirmar que a prisão do
ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva é uma questão de tempo?”,
emendou Dória, lendo perguntas que lhes foram encaminhadas pelos
empresários.
Moro assim respondeu. “Eu não falo sobre
o que acontece ou não acontece na investigação para o futuro e acho que
este tipo de pergunta deveria ser feita em relação a vários outros
personagens tanto dentro da investigação, quanto fora da investigação. É
o tipo de pergunta que não tem nem como começar a responder.”
A Lava Jato investiga um esquema de
corrupção e propina que teria se instalado na Petrobrás entre 2004 e
2014. A força-tarefa do Ministério Público Federal sustenta que o mesmo
grupo que atuou na companhia petrolífera teria alcançado seus tentáculos
por outras estatais, inclusive, ministérios. Para os procuradores, a
Lava Jato apura um esquema de compra de apoio político para o governo
federal através de corrupção.
O procurador regional da República
Carlos Fernando dos Santos Lima, que integra a força-tarefa da Lava
Jato, afirmou na segunda-feira, 21, que ‘não tem dúvida nenhuma’ de que
os maiores escândalos de corrupção da história recente do País –
Mensalão, Petrolão e Eletronuclear – tiveram origem na Casa Civil do
Governo Lula.
José Dirceu, que ocupou a Casa Civil do
ex-presidente entre 2003 e 2005, é réu por corrupção, lavagem de
dinheiro e organização criminosa. O ex-tesoureiro do PT João Vaccari
Neto foi condenado no início da semana a 15 anos de prisão. Ele foi
acusado de corrupção, lavagem de dinheiro e associação criminosa.
Ex-tesoureiro foi acusado de intermediar repasse de R$ 4,2 milhões para o
partido.
Lula não é investigado, mas há duas
semanas a Polícia Federal pediu ao Supremo Tribunal Federal (STF)
autorização para ouvir o ex-presidente no inquérito principal.
O Instituto Lula informou que não se manifestará.
Fausto Macêdo, Estadão
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