POLÍTICA
A propaganda do PMDB veiculada nesta
quinta-feira em cadeia de TV é daquelas de indignar que assiste, é de
falta AR para respirar por quem está assistindo, logo o PMDB quem tem
feito de tudo e muito mais nos últimos anos na política Brasileira,
segue um excelente texto de Josias de Souza:
Em propaganda partidária levada ao ar na noite desta quinta-feira, o
PMDB faz pose de oposição e se oferece como saída para um Brasil
pós-Dilma. Na peça, uma locutora prepara a cena para a entrada do
vice-presidente Michel Temer.
“…É hora de deixar estrelismos de lado”, diz a apresentadora,
evocando o símbolo do PT, partido da estrela. “É hora de virar esse
jogo. É hora de reunificar os sonhos.” Na sequência, Temer praticamente
se oferece para trocar de sala no Palácio do Planalto:
“O Brasil passa por um período difícil na economia, assim como por
dificuldades políticas. Todas superáveis. É imprescindível unir forças,
colocar o Brasil acima de qualquer interesse partidário ou motivações
pessoais. Crise se enfrenta com união, com coragem, com determinação e
retidão. É nesse contexto que devemos pensar o Brasil. Cabe a nós,
representantes de todos os setores da sociedade, o dever de construir
agora um amanhã cada vez melhor.”
Horas antes da exibição do programa, esse mesmo Michel Temer foi ao
Palácio da Alvorada. Dilma Rousseff chamou-o para comunicar que decidira
adiar para a semana que vem o anúncio do novo ministério. Concebida
para evitar que a crise transforme o vice em versa, a reforma
ministerial de Dilma esbarrou no apetite do PMDB por cargos.
O partido que se entrega ao fisiologismo nas transações com Dilma não
orna com a legenda da propaganda televisiva. “Governos passam e o
Brasil sempre vai ser maior do que qualquer governo”, diz Renan
Calheiros na peça publicitária. “O que a gente tem que defender são os
interesses do país.” Representado no balcão por Eunício Oliveira, líder
do PMDB no Senado, Renan enxerga na obtenção do Ministério da Integração
Nacional interesses mais urgentes.
“Chegou a hora da verdade”, afirma Eduardo Cunha na propaganda.
“Chegou a hora de escolher que Brasil queremos”. Antes de salvar o
Brasil, Cunha emplacou dois seguidores .—os deputados Marcelo Júnior
(PB) e Celso Pancera (RJ)— na lista de ‘ministeriáveis’ repassada a
Dilma pelo líder do PMDB na Câmara, Leonardo Picciani.
“Nada mais natural que o maior partido do Brasil propor o diálogo e
encaminhar mudanças para recolocar o país no rumo do crescimento”,
declara Picciani na publicidade partidária. Fora da tevê, o deputado
parece mais preocupado com o crescimento da representação dos seus
apaniguados na Esplanada dos Ministérios. E ameaça transformar o diálogo
com Dilma em briga se não for atendido.
Na parte final da propaganda, a locutora levanta a bola para Temer
cortar. “O Brasil quer mudar, o Brasil deve mudar, o Brasil vai mudar”,
diz ela. “O passo imediato é o de colocar ordem na casa, somar forças.”
E Temer: “…Assumindo e, acima de tudo, corrigindo erros, mostraremos a
todos que somos um país confiável. Na minha trajetória, como cidadão e
homem público, já vi e convivi com situações bem mais difíceis do que a
que enfrentamos agora. Não tenho dúvida de que seremos capazes de
superar esses momentos.”
Quem vê os dois PMBDs, o da propaganda e o do balcão, enxerga um
partido que é a favor de tudo e absolutamente contra qualquer outra
coisa. Desde que suas pulsões fisiológicas sejam atendidas.
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