A campanha suntuosa que elegeu a petista Gleisi Hoffmann como a senadora mais votada do Paraná foi financiada com o dinheiro sujo arrecadado pelo seu marido Paulo Bernardo em esquema milionário de desvio de recursos no Ministério do Planejamento quando ele ocupava a pasta, segundo investigações.
A VEJA desta semana explica em detalhes o casamento entre corrupção e caixa dois eleitoral.
Este blog resume:
O PT ficava com 70% do superfaturamento na taxa de administração cobrada pela empresa paulista Consist de funcionários públicos, pensionistas e aposentados endividados que recorriam aos empréstimos consignados, cujas parcelas vêm descontadas automaticamente na folha de pagamento.
De acordo com a Polícia Federal, o partido arrecadou mais de 100 milhões de reais em cinco anos com base nesse método.
A cota do ex-ministro no esquema era transferida diretamente pela Consist para um escritório de advocacia de Curitiba, da confiança absoluta de Paulo Bernardo e Gleisi, sendo um dos sócios Guilherme Gonçalves, encarregado de defender a senadora em processos na Justiça.
A Consist fazia de conta que pagava pelos serviços de advocacia e os advogados pagavam as despesas do casal petista sem deixar rastros.
O casal não esperava, no entanto, que o advogado Sacha Reck, um dos sócios de Guilherme, resolvesse agir após ser acusado de envolvimento no escândalo.
Sacha pediu a uma empresa independente que fizesse uma auditoria nas contas e nos arquivos do escritório e descobriu que o contrato de serviços jurídicos com a Consist não passava de fachada.
Mensagens e planilhas guardadas em pastas secretas registravam o destino final do dinheiro:
“Eleitoral — Gleisi”.
Reproduzo o trecho final da matéria da revista, intitulada “Paulo Bernardo e Gleisi Hoffmann: sr. Propina e sra. Caixa Dois”:
“VEJA teve acesso aos documentos da auditoria entregues às autoridades.
Ao todo, o escritório recebeu 7,2 milhões de reais da Consist. Não se sabe ainda, com precisão, quanto desse valor foi parar no caixa dois eleitoral de Gleisi, mas há fartos indícios de que não foi pouco.
De acordo com os investigadores, a propina teria sido usada para pagar de tudo: ônibus para transporte de cabos eleitorais, jantares para prefeitos, motorista particular da senadora, aluguel de um flat usado como escritório informal da campanha.
Um estagiário do escritório fazia o papel de entregador de dinheiro vivo, sempre que necessário.
Em depoimento, ele disse ter ouvido do antigo chefe uma frase que resume bem o esquema:
‘O dinheiro pertencia a Paulo Bernardo, que intentava bancar a campanha de Gleisi Hoffmann para os cargos que disputasse’.
Na próxima terça-feira, o STF decide se aceita ou não a acusação de corrupção contra a senadora no caso do petrolão [ela ainda recebeu 1 milhão de reais em propinas desviadas da Petrobras, segundo a PF].
O casamento entre corrupção e caixa dois, ao contrário do que dizem os que desejam uma anistia generalizada, nunca foi tão perfeito.”
De fato, Narizinho vai precisar muito da ajuda de Ricardo Lewandowski, Dias Toffoli e Marco Aurélio Mello para se safar.
Se fosse Sergio Moro, a líder da Bancada da Chupeta provavelmente já estaria esperneando como ré, a caminho da cadeia.
(JornaldoPaís)
Nenhum comentário:
Postar um comentário