sábado, 23 de janeiro de 2021

Polícia Policiais acusados de matar Gabriel poderão ir a júri popular

 CASO GABRIEL

 

 FORAM DENUNCIADOS QUATRO POLICIAIS LOTADOS NO 8º BATALHÃO DE POLÍCIA MILITAR, LOCALIZADO EM GOIANINHA. FOTO: REPRODUÇÃO/REDES SOCIAIS

Marcada para o último dia 20, a primeira audiência judicial do processo dos policiais militares acusados de assassinar Giovani Gabriel de Sousa Gomes, de 18 anos, foi adiada para fevereiro, conforme dados do Processo Nº 0101672-40.2020.8.20.0124 que tramita na 1ª Vara Criminal de Parnamirim. Quatro policiais serão julgados pelo sequestro, assassinato e ocultação de cadáver do jovem, que teve o corpo encontrado no dia 14 de junho do ano passado, na zona rural de São José do Mipibu. Segundo o Ministério Público do Estado do Rio Grande do Norte (MPRN), o adiamento aconteceu para que seja feita a anexação de mais provas ao processo, para que os materiais possam ser analisados em tempo hábil pela defesa dos acusados.

Segundo o MPRN, a mudança na data da primeira audiência, que servirá para ouvir as testemunhas do caso, não deverá impactar no processo. “São pouco mais de duas semanas de adiamento. Então, normalmente isso não afeta o processo, considerando que ainda existirão muitos atos a serem praticados até seu término. O processo ainda está no começo”, informou o órgão.

A denúncia dos policiais foi feita pelo órgão ministerial no dia 20 de outubro de 2020. Foram denunciados quatro policiais lotados no 8º Batalhão de Polícia Militar, localizado em Goianinha, que teriam participado direta ou indiretamente do sequestro que culminou na morte de Giovani Gabriel.

Os policiais são Paullinelle Sidney Campos Silva, 41 anos; Bertoni Vieira Alves, 36 anos; Valdemi Almeida de Andrade, 38 anos; e Anderson Adjan Barbosa de Souza, 39 anos, que estão presos preventivamente desde setembro de 2020.

Segundo a denúncia do MPRN, à qual a TRIBUNA DO NORTE teve acesso, os policiais, “imbuídos por motivo fútil”, segundo o MP, efetuaram disparos contra Giovani Gabriel, que morreu no local. Em seguida, os policiais “ocultaram seu corpo no interior de um matagal existente na zona rural de São José de Mipibu/RN, a fim de dificultar sua localização”.

Segundo o órgão ministerial, as provas existentes comprovam a autoria e materialidade do crime. Além de cinco testemunhas, que afirmam ter visto o momento em que o jovem saiu correndo da mata dizendo ter sido confundido com outra pessoa pela polícia, a denúncia traz também informações obtidas a partir de imagens da câmera de segurança de uma residência próxima ao local do sequestro e da quebra do sigilo telefônico dos policiais, que revelou não apenas sua localização exata no momento do crime, mas também que eles permaneceram em contato ao longo do sequestro. A quebra de sigilo foi solicitada pela Polícia Civil ao longo das investigações.

 

(Por:Mariana Ceci/Tribuna do Norte)

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