CASO DE RACISMO NO FUTEBOL DO RN
Após o jogo, o preparador de goleiros do ABC, Francisco de Assis discute com dirigentes e funcionários do Potiguar de MossoróA Polícia Civil, em Mossoró, irá investigar a denúncia de crime de racismo, que teria ocorrido após o apito final da partida entre entre Potiguar e ABC de Natal, no estádio Leonardo Nogueira que terminou com vitória dos mossoroenses por 1 a 0. Além disso, um crime de agressão também foi relatado após confusão generalizada no campo de jogo. Tudo foi registrado na Delegacia de Plantão.
O supervisor do Alvirrubro, Sandro Moreira, disse ter sido ofendido
por insultos racistas de um membro da comissão técnica do ABC,
Francisco de Assis "Pombo", que negou as acusações. O Alvinegro também é
acusado de agredir o fotógrafo Léo Moura, do Alvirrubro. Os dois clubes
emitiram notas oficiais sobre o caso.
As
ofensas teriam acontecido logo após o jogo, quando dirigentes trocaram
farpas após a vitória do Potiguar, com gol no último minuto. Sandro, que
é negro, disse em entrevista à Jovem Pan News Natal que foi ofendido
com expressões como "macaco" e "negro de bosta". Ele procurou a Polícia
Militar, que estava no estádio, que conduziu o funcionário abecedista à
delegacia.
“Eu não quero dinheiro, não quero
nada dele. Apenas espero que ele pague pelo que fez, seja com multa, ou
cestas básicas, ou trabalho comunitário. Só não quero que o fato fique
impune”, comentou o supervisor do Potiguar de Mossoró em entrevista ao
programa Tribuna Esporte, da Jovem Pan News Natal.
O caso
ganhou repercussão nacional e foi destaque no portal "Observatório da
Discriminação Racial no Futebol", que acompanha casos de racismo no
esporte brasileiro.
Na delegacia, o problema se
estendeu até as últimas horas do domingo e pelo menos dois dirigentes
do ABC foram até o local para acompanhar o caso. Um deles foi o advogado
Eider Lima Cortez, que também conversou com a Jovem Pan News Natal.
Segundo ele, o funcionário abecedista negou qualquer tipo de acusação
racista contra o supervisor do Potiguar.
“Ele
nega que tenho feito qualquer ofensa racista. No calro da discussão ele
relata que foi ofendido e que respondeu, mas não admite que falou
qualquer coisa de teor racista”, explicou.
Na
delegacia, o boletim de ocorrência foi lavrado pelo delegado Valtair
Camilo, plantonista. Segundo a Polícia Civil, foram registrados dois
B.Os, uma vez que o treinador de goleiros do ABC também acusou o diretor
do Potiguar de ter proferido palavras de baixo calão. Segundo a Polícia
Civil, ambos negaram as acusações e confirmaram que apenas discutiram.
Em
nota publicada logo após o jogo, a Associação Cultural e Desportiva
Potiguar disse que “é grande não apenas pela sua Torcida e pelas suas
conquistas, mas também pela sua batalha contra as mais diversas mazelas
que contrariam a ética esportiva e social, dentro e fora do futebol. Por
isso, o Clube Alvirrubro se movimenta e repudia totalmente os atos de
racismo protagonizados por um membro da comissão técnica do ABC Futebol
Clube, contra o nosso supervisor Sandro Moreira, no confronto deste
domingo, 16, no Nogueirão, pela Copa RN. O Potiguar está
#FechadoComOSandro”.
O ABC também emitiu
comunicado oficial em seu site. O clube informou que o funcionário
Francisco de Assis do Nascimento negou as acusações. “O ABC Futebol
Clube não coaduna com qualquer ato de discriminação racial e, caso seja
constatado qualquer desvio por parte do funcionário do Clube serão
tomadas as providências cabíveis, jurídicas e administrativas. Jamais
seremos omissos diante de acusações tão graves. Como em nosso manto,
somos um clube de brancos e negros. Nenhum racista representa o ABC
Futebol Clube . Não admitiremos, em nenhuma hipótese, a presença de
cidadãos em nossos quadros, que não respeitem os princípios básicosda
dignidade e respeito ao ser humano”. A nota é assinada pelo presidente
abecedistas, Bira Marques.
A Federação
Norte-rio-grandense de Futebol – FNF também se manifestou. Em suas redes
sociais oficiais, a entidade escreveu que está acompanhando o
desenrolar dos acontecimentos e que “repudia qualquer manifestação de
natureza racista e pede rigor das autoridades competentes na apuração do
caso”.
(Por:Tribuna do Norte)
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