sexta-feira, 25 de junho de 2021

Pelo menos 250 policiais militares recusaram vacina no Rio Grande do Norte

 COVID-19

Governo do Estado liderou pleito junto à União para liberação de vacinas contra a covid-19 para os agentes de segurança pública

 Governo do Estado liderou pleito junto à União para liberação de vacinas contra a covid-19 para os agentes de segurança pública

 Levantamento feito pela Polícia Militar do Rio Grande do Norte (PMRN) aponta que pelo menos 250 agentes da Corporação se recusaram a tomar vacina contra a Covid-19, que está sendo disponibilizada às forças de segurança potiguar desde o dia 7 de abril, após uma luta dos governadores para antecipar a imunização desse grupo. Eles fazem parte de um contingente de 1.976 policiais militares que ainda não tomaram a primeira dose do imunizante. A PMRN tem pouco mais de 8,5 mil agentes na ativa em todo o Estado e é a força de segurança que mais perdeu profissionais para a Covid-19 em toda a pandemia: 58 até essa quinta-feira (24/06). Mesmo com as recusas, a entidade confirma que 76% do efetivo já tomou pelo menos uma dose do imunizante.

De acordo com o balanço feito pela PM, entre todos os policiais militares que ainda não iniciaram o processo de imunização, 52 deles alegaram estar com Covid-19. Outros 49 justificaram a ausência e 121 não informaram por quais motivos não tomaram o imunizante. Além disso, 1.504 não fizeram nenhuma sinalização a respeito da vacinação. Ainda segundo o balanço, 1.524 policiais já estão imunizados com as duas doses, outros 4.460 receberam ao menos a primeira e 612 foram vacinados pelo Sistema Único de Saúde (SUS).

A assessoria de comunicação da PMRN informou, quando questionada sobre as motivações para o não recebimento das vacinas, que as recusas são por motivos pessoais e os militares não podem ser punidos por essa questão. Além disso, a PM acredita que, dos 1.504 que não fizeram nenhuma sinalização, muitos deles podem ter se vacinado através das Prefeituras, como possuir alguma comorbidade, por exemplo. Ao recusar a vacina, por exemplo, o agente precisa assinar um termo de compromisso. Ele pode mudar de decisão a qualquer momento, informou a PM.

Negativa
A Polícia Militar do RN não é a única que registrou recusa de vacinas entre os seus agentes. No começo do mês, a Secretaria de Estado da Administração Penitenciária do RN (Seap) informou que 19 policiais penais se recusaram a tomar os imunizantes disponíveis. Por outro lado, a pasta também informou que 706 policiais penais, o que representa 52% do efetivo, já havia recebido pelo menos a primeira dose contra a Covid-19. A Seap possui 1.358 servidores ativos. O Corpo de Bombeiros Militar do Rio Grande do Norte (CBM/RN) também documentou que pelo menos 15 profissionais se recusaram a tomar a vacina. Segundo o CBM, eles alegaram que tiveram covid recentemente. Do efetivo total, que é de 618 agentes, 227 bombeiros militares já tomaram as duas doses e outros 171 tomaram pelo menos uma dose.

A TRIBUNA DO NORTE procurou a Secretaria de Estado da Segurança Pública e Defesa Social (Sesed/RN) para repercutir as recusas de vacinas entre profissionais da segurança, mas foi informada que a pasta não vai comentar o assunto.

Covid já matou 71 agentes de segurança 
A Covid-19 matou 71 agentes de segurança no Rio Grande do Norte em pouco mais de 15 meses de pandemia. Só em 2021, num balanço tabulado até o dia 10 de junho, foram 48 óbitos entre policiais militares, civis, penais, bombeiros e peritos e servidores do Instituto Técnico-Científico de Perícia (Itep/RN), número que supera todo o quantitativo do ano passado, quando 23 profissionais da área faleceram em decorrência da doença.

Segundo o balanço divulgado pela Sesed, em 2021 pelo menos 48 profissionais foram a óbito por conta da Covid-19. Em 2020, este número foi de 23. Entre todos os agentes públicos de segurança que morreram nesses 15 meses de pandemia, 45 eram da reserva/aposentadoria e 23 da ativa.           

A Polícia Penal do Rio Grande do Norte perdeu três agentes em menos de um mês em 2021. Uma das vítimas foi a agente Flávia Roberta Nascimento, de 33 anos, que contraiu a doença enquanto estava grávida e precisou fazer um parto de emergência. Após ser submetida à cesariana, ficou internada no Hospital Antônio Prudente, em Natal, mas não resistiu e faleceu no dia 02 de maio.
 
 
 
(Por:Ícaro Carvalho/Tribuna do Norte) 

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