domingo, 2 de agosto de 2015

'Não matei ninguém', diz caseiro suspeito de estupros e mortes no RN. Carlos Alexandre de Andrade, de 38 anos, nega todos os estupros e mortes. Polícia Civil suspeita que ele tenha praticado crimes contra sete vítimas.

ESTUPROS E MORTES
 
Felipe Gibson e Renato Vasconcelos Do G1 RN
Carlos Alexandre de Andrade foi presos suspeito de matar criança de 11 anos (Foto: Reprodução/Inter TV Cabugi)Carlos Alexandre foi preso suspeito de matar criança de 11 anos (Foto: Reprodução/Inter TV Cabugi)
 
Apontado como autor de uma série de estupros e mortes na Grande Natal, o caseiro Carlos Alexandre de Andrade, de 38 anos, garante não ter cometido nenhum dos crimes dos quais é suspeito. "Não matei ninguém", afirmou o caseiro ao G1 em entrevista após um novo depoimento prestado na sexta-feira (31) na Delegacia de Polícia Civil de São Gonçalo de Amarante, na região metropolitana.

A Polícia Civil acredita que Carlos Alexandre pode ter praticado crimes contra sete mulheres, entre estupros, homicídios e ocultações de cadáver. O delegado Raimundo Rolim classificou o caseiro como 'psicopata'. As descobertas vieram durante as investigações da morte de Maria Eduarda de Lima, de 11 anos, encontrada enterrada em uma duna de Jenipabu, praia turística do Rio Grande do Norte.

Sem ter conhecido pai e mãe, o caseiro conta que foi mandado para um orfanato aos dois anos. Em depoimento, Carlos Alexandre relata que ficou um período de sua vida em um educandário de Natal, onde teria sofrido abusos sexuais por duas vezes. "Tinha oito anos. Foi um homem que tomava conta", disse o suspeito, sem dar detalhes sobre as violências que sofreu.

Para o delegado, os supostos abusos podem ajudar a explicar o perfil do caseiro. "Eu acredito que a sociopatia dele tem a ver com as violências sofridas", conta Raimundo Rolim, que ouviu o depoimento de Carlos Alexandre por duas horas nesta sexta sobre o caso de Lindomara Soares da Silva, desaparecida em 2008. De acordo com o delegado, o depoimento é conflitante com as informações repassadas pela família da vítima.

Assim como em todos os outros crimes, o caseiro nega envolvimento. "Não sei por onde ela está", resume Carlos Alexandre, que até sua prisão tinha um relacionamento amoroso com a mãe de Lindomara. As roupas da mulher e uma ossada foram achadas enterradas em Extremoz, na Grande Natal, perto da casa de Carlos Alexandre durante a semana.

Sobre a coincidência, o caseiro justifica que a região onde mora costuma ser usada para desova de corpos. "Agora tudo que acontecer lá vão dizer que fui eu", questiona. O caseiro contou ao delegado outras passagens de sua vida, como a época em que viveu em um matagal perto da lagoa de Extremoz e o tempo em que trabalhou em um circo rodando o estado.


Ossada foi encontrada próxima à casa onde Carlos Alexandre morava (Foto: Eduardo Rodrigues/Inter TV Cabugi) 
Ossada foi encontrada próxima à casa onde
Carlos Alexandre morava
(Foto: Eduardo Rodrigues/Inter TV Cabugi)
 
'Preso injustamente'
Mesmo com todas as acusações, Carlos Alexandre é firme em sua postura, negando até mesmo os crimes em que foi condenado. Foram dois estupros que tiveram como vítimas uma adolescente de 17 anos e uma mulher. Pelos crimes, o caseiro chegou a ficar preso, sendo solto em seguida, segundo o delegado.


"Fui preso injustamente. Como ia fazer isso coom uma pessoa que chamava de tia todo dia", disse Alexandre, se referindo à mulher que teria estuprado há 12 anos. A adolescente de 17 anos, de acordo com a polícia, estudou com o caseiro.

Em relação ao caso das duas gêmeas de 15 anos que o caseiro teria estuprado em 2006, Carlos Alexandre admite a proximidade com as meninas, mas novamente nega as violências sexuais. "Tive um relacionamento com o tio. Um ano. E pronto", admite.

A outra suposta vítima de Carlos Alexandre foi uma mulher encontrada morta em 2010 em uma duna na comunidade Cavaco Chinês, na Zona Norte de Natal. A polícia informou que nenhum inquérito foi aberto sobre o caso, no entanto um exame do Instituto Técnico-Científico de Polícia (Itep) para aprofundar as investigações.


Maria Eduarda, de 11 anos, foi achada morta no dia 16 de julho (Foto: Divulgação/Polícia Civil do RN) 
Maria Eduarda foi achada morta no dia 16 de julho
(Foto: Divulgação/Polícia Civil do RN)
 
Caso Maria Eduarda
O corpo de Maria Eduarda foi encontrado no dia 16 de julho enterrado em uma região de dunas, em Jenipabu, no município de Extremoz. A criança estava desaparecida desde o dia 12 de julho. O caseiro Carlos Alexandre trabalhava em um sítio próximo ao local onde o corpo da menina foi enterrado.


Segundo o delegado Raimundo Rolim, na residência do caseiro foi achada uma toalha infantil recortada, cujo pedaço que faltava foi usado para amordaçar a criança. “Quando o corpo de Maria Eduarda foi desenterrado, havia um pedaço de pano enrolado na boca da menina”, afirmou.

O corpo de Maria Eduarda foi sepultado no dia 17 de julho.

Na residência do caseiro Carlos Alexandre de Andrade, policiais acharam um toalha recortada, cujo pedaço foi usado para amordaçar a menina (Foto: Divulgação/Polícia Civil) 
Na residência do caseiro Carlos Alexandre de Andrade, policiais acharam um toalha recortada, cujo pedaço foi usado para amordaçar a menina (Foto: Divulgação/Polícia Civil)

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