No depoimento à Justiça Eleitoral, na
quarta-feira, dia 1º, em Curitiba, o ex-presidente da Odebrecht Marcelo
Odebrecht negou que o Departamento de Obras Estruturadas da empreiteira
tivesse como principal objetivo pagar propinas a políticos e agentes
públicos, como afirma a Operação Lava Jato.
Segundo o empresário preso, o setor
conhecido hoje como “Departamento de Propina” foi criado para o
pagamento de resgates de funcionários da empreiteira sequestrados em
países atingidos por conflitos armados ou grande violência urbana. O
setor também seria usado para drenar recursos de caixa 2 a milícias e
grupos armados destes países.
De acordo com pessoas que tiveram acesso
ao depoimento, o empresário disse só ter descoberto que o departamento
era usado também para o pagamento de propinas a políticos no Brasil
depois da deflagração da Lava Jato.
A Odebrecht está presente no exterior
desde a década de 1970. Em 1985, segundo o site da empresa, as obras
fora do Brasil já respondiam por 30% do faturamento. Entre os locais que
têm ou tiveram conflitos nos quais a Odebrecht tem contratos estão
Colômbia, Venezuela, Guatemala, Angola, Moçambique e Gana, além de
países no Oriente Médio.
(Ricardo Galhardo/Estadão)
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