Brasília
- Em um gesto político para tentar minimizar os efeitos negativos da
'Operação Carne Fraca' sobre a venda de carne brasileira, o presidente
Michel Temer jantou neste domingo, em uma churrascaria de Brasília
acompanhado de ministros e embaixadores e representantes de 27 países. A
carne bovina que Temer comeu, porém, não era de origem brasileira,
segundo funcionários do próprio restaurante. Somente as carnes suínas e
de frango servidas no local são nacionais. A carne bovina é importada da
Argentina, Uruguai e Austrália.
Temer e a comitiva
participaram de um rodízio. O Palácio do Planalto reservou uma mesa para
80 pessoas. O preço do rodízio por pessoa foi de R$ 119. O valor
incluía carnes, um bufê de saladas, acompanhamentos e sushi. A bebida
era à parte. Temer comeu carne bovina e frango, queijo coalho assado,
acompanhado de uma típica caipirinha brasileira. Na mesa, também foi
servido vinho tinto, dessa vez nacional, da vinícola Casa Valduga,
produzido em Bento Gonçalves, no Rio Grande do Sul.
A
comitiva sentou em uma grande mesa no centro do salão principal da
churrascaria, localizada no Lago Sul, área nobre de Brasília. Temer
estava no centro da mesa, ladeado pelos embaixadores da China e de
Angola no Brasil. Entre os ministros presentes estavam Moreira Franco
(Secretaria-Geral da Presidência), Blairo Maggi (Agricultura), Marcos
Pereira (Indústria, Comércio Exterior e Serviços). O ministro das
Relações Exteriores, Aloysio Nunes, não estava presente.
Temer passou cerca de uma hora no local. No final, tirou foto com os
garçons que o serviram. Em rápida entrevista, disse que a mensagem que
queria passar com o jantar era de que não há motivos para causar
"terror" no exterior sobre a carne brasileira. Lembrou que 33 fiscais
sanitários estão envolvidos em irregularidades, de um total de quase 12
mil servidores do Ministério da Agricultura, e que dos cerca de 4.830
frigoríficos existentes no País, 21 são investigados e três foram
inabilitados.
"Então, não é para causar um terror que hoje está possivelmente se
imaginando que possa causar em relação ao exterior", afirmou. Temer
também rebateu críticas de integrantes da bancada ruralista no Congresso
e de empresários de que a Polícia Federal cometeu excessos na Operação
Carne Fraca. "Não (houve excessos). Houve uma integração do Ministério
da Agricultura e da Polícia Federal", declarou, sem responder outros
questionamentos da imprensa.
Reunião discutiu os reflexos da Operação Carne Fraca na economia
O
presidente Michel Temer se reuniu neste domingo, no Palácio do
Planalto, com ministros e embaixadores dos principais países
importadores de carne brasileira para discutir medidas que amenizem os
eventuais impactos negativos da Operação Carne Fraca na economia do
país. O ministro da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, Blairo Maggi,
defendeu no sábado o sistema de inspeção agropecuária brasileiro e
disse que a fiscalização é “forte, robusta e séria”.
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