segunda-feira, 30 de novembro de 2020

Para Rodrigo Maia, derrota de Crivella não significa uma derrota de Bolsonaro. Presidente foi o principal apoiador da campanha de Marcelo Crivella (DEM)

 ELEIÇÕES 2020Presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ) - Agência Brasil

 Presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ)

Para o presidente da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia (DEM), o revés do prefeito do Rio, Marcelo Crivella (Republicanos), candidato à reeleição batido pelo prefeito eleito Eduardo Paes (DEM), não significa uma derrota do presidente Jair Bolsonaro (sem partido), que foi seu principal apoiador.

"Não tem nada a ver com a eleição nacional. É uma vitória da política, e o Bolsonaro sempre fez política. Não tem nenhuma relação com a eleição nacional, é uma vitória daqueles que fazem política e administram com qualidade, e o Eduardo Paes representa isso pra gente. É a vitória do Rio de Janeiro. Tínhamos um prefeito que não cuidou da cidade, teremos um prefeito que sempre cuidou e vai continuar cuidando", afirmou Maia, que após a apuração dos votos acompanhou Paes em uma entrevista coletiva concedida em um hotel de São Conrado (Zona Sul).

Para o parlamentar, a eleição presidencial "ainda está muito longe" e "tem pouca relação" com a eleição municipal: "Apenas uma vinculação de vereadores com a eleição de deputados. O resto é uma questão de construção política para cada um dos campos políticos do Brasil."

Maia disse que, a partir desta segunda-feira (30), espera que o governo federal encaminhe questões relativas ao orçamento para 2021. "Nós temos um problema grande, uma operação difícil de ser construída, que é manter o orçamento dentro do teto de gastos, (isso) depende muito do governo. Eu espero que o governo amanhã mostre à sociedade a sua coragem, a sua capacidade de enfrentar os problemas. A Câmara está pronta para isso, mas depende do Senado, que essa matéria será votada primeiro no Senado. A gente precisa cortar despesas para poder aprovar o orçamento. Isso no dia de amanhã parece desgastante, mas a partir de dois, três meses é o correto para o Brasil", afirmou o deputado.

"O governo precisa mostrar onde vai cortar. Se nós não cortarmos na indexação das aposentadorias, se não cortarmos em benefícios para servidores, se não mudarmos o abono salarial para outro programa, seguro defeso, todos programas difíceis de serem acabados, nós vamos ter dificuldade de aprovar o orçamento. O teto vai ser garantido com essas mudanças", seguiu Maia. Segundo ele, até o final do ano deve ser votado o projeto que concede autonomia ao Banco Central: "A Câmara está madura para isso, depende do diálogo", afirmou.

Questionado sobre a hipótese de sua reeleição ao cargo de presidente da Câmara, Maia foi enfático: "A Constituição hoje não permite".

 

 

(Por Estadão Conteúdo)

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