sexta-feira, 29 de maio de 2015

Hospital Walfredo Gurgel realiza oficina sobre os Processos de Morte. Apesar do aspecto sério e pesado da oficina, há também espaço para a celebração da vida

EMOCIONAL

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Entre os assuntos que ainda hoje são tabus, falar da iminência da morte talvez seja o que mais esteja envolto de receios, dúvidas e medos. A certeza da finitude da vida, no entanto, é um quadro que faz parte do dia a dia dos profissionais que atuam na assistência ao paciente internado em uma unidade hospitalar. Muitos, todavia, não conseguem lidar com essa realidade e passam por verdadeiros traumas psicológicos, chegando a comprometer o exercício de sua função. Visando ultrapassar essa barreira emocional e proporcionar uma aceitação maior do fim da vida, o Hospital Monsenhor Walfredo Gurgel (HMWG), através do Núcleo de Educação Permanente (NEP), realiza nesta sexta-feira (29), das 8h às 12h, no auditório Rosângela Morais, a oficina “Processos de Morte”.

A psicóloga do Serviço de Assistência Domiciliar (SAD), Joelma Aguiar, estará a frente dos trabalhos e explica que “encarar a morte é uma travessia muito difícil. Muitos profissionais de saúde se sentem culpados pelos óbitos dos pacientes e isso vai criando um distanciamento entre ele e o próximo paciente que ele vai atender”.

Segundo ela, a discussão será direcionada para que os participantes exponham suas opiniões sobre o que acham da morte e sobre como encaram essa situação. Joelma esclarece que, mesmo para alguns profissionais da saúde, o óbito de um paciente não é visto com naturalidade. “A sociedade nega a perda. É preciso viver o luto para que ele se transforme em sentimento menos doloroso, como as lembranças boas e a saudade”, afirma.

Questões psicológicas mal resolvidas com relação a partida de parentes, por exemplo, também podem comprometer o trabalho desses profissionais. A psicóloga alerta que os trabalhadores da saúde precisam desmitificar seu papel frente ao doente. “Ele tem que, ao acompanhar uma pessoa sem possibilidade de cura, não se sentir culpado no momento da morte”. Depressão, vergonha, sentimento de fracasso, dúvidas e impaciência também podem surgir quando o profissional de saúde não consegue lidar com a situação. Na pior das hipóteses, adverte Joelma, “isso pode levar a um esgotamento psíquico”.

Apesar do aspecto sério e pesado da oficina, há também espaço para a celebração da vida. Sem querer revelar como terminará a discussão, Aguiar só adianta que “saber viver é a garantia de que valeu a pena a nossa existência”.

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