sábado, 30 de maio de 2015

Nós só queremos trabalhar e tirar nosso sustento, diz ambulante de Ponta Negra. De acordo com a Semsur, denúncias de empresários impedem que trabalhadores atuem no local.

PONTA NEGRA
Rafael Araújo/Nominuto
Após acordo com a Semsur, ambulantes guardam material de trabalho em estacionamento.
Os ambulantes do Alto de Ponta Negra, na zona Sul de Natal, estão indignados com o ato da Secretaria de Serviços Urbanos do município (Semsur), que está retirando-os do local de trabalho. De acordo com o ambulante Francisco Avelino, a medida está tirando o sustento dos trabalhadores. 

“Nós só queremos trabalhar e tirar nosso sustento. A Semsur já havia conversado com a gente e solicitado algumas adequações, que foram atendidas. Mas, estranhamente, do dia para a noite, eles voltaram aqui e falaram que nós teríamos que sair”, comentou. 

Segundo os ambulantes, eles foram ameaçados pelos agentes da secretaria. “Eles falaram que se passarem por aqui hoje e a gente estiver no local, eles vão usar a força policial para nos retirar. Disseram também que nós seriamos presos e teríamos nossas mercadorias apreendidas”, relatou Francisco. 

A reportagem do Nominuto.com também conversou com Carlos Falcão, chefe de fiscalização da Semsur, que comentou o assunto. “Os empresários do local estão se sentindo prejudicados, pois eles trabalham dentro da lei, pagam seus impostos, e sofrem com a concorrência dos ambulantes, que estão no lugar de forma irregular”, afirma. 

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Ainda de acordo com Carlos, os ambulantes poderiam continuar trabalhando no local se não houvesse denúncia por parte dos comerciantes. “Eles podem trabalhar em qualquer outro canto, desde que não haja denúncia”, argumentou. 

Questionado sobre a possibilidade de regularização dos trabalhadores, o chefe de fiscalização foi enfático. “Nós não podemos legalizá-los. Isso chegou a ocorrer na gestão passada, em um ato de politicagem, mas não tem como regularizar a situação de trabalhadores ambulantes”, concluiu.

Empresário x ambulantes
Em conversa com os ambulantes do local, a reportagem do Nominuto.com perguntou sobre a possibilidade de negociação com os comerciantes. “Eles não querem saber da gente, nós já tentamos procurá-los, mas os funcionários dos estabelecimentos disseram que eles não querem nem receber da gente. Para falar a verdade, eles não estão nem ai e nos tratam como lixo”, disse Jacira Soares.

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