( Ullisses Campbell, de Curitiba/Veja.com)
sábado, 4 de março de 2017
Cunha, o detento: encrenqueiro e detestado pelos carcereiros. Indócil, o ex-presidente da Câmara, preso no Paraná, herda o título que já foi de Nestor Cerveró: o de pior preso da Lava Jato
LAVA JATO
Os protestos começam logo no café da manhã. Às 6 horas, o ex-deputado Eduardo Cunha
acorda e reclama, por exemplo, que o pão francês está velho, ou
amassado. As queixas prosseguem e ficam mais estridentes na hora do
almoço. O ex-presidente da Câmara dos Deputados reputa como de péssima
qualidade a comida servida no Complexo Médico-Penal de Pinhais (PR),
onde cumpre prisão preventiva desde dezembro de 2016. Em 10 de
fevereiro, ao receber sua marmita de isopor, disse que não iria comer
“aquilo” (o cardápio do dia: arroz, feijão, tomate, mandioca, alface e
um bife de alcatra), embora minutos depois tenha mudado de ideia. Dois
dias antes, já havia resmungado por ter sido obrigado a sair da sua
cela, a 605, para a faxina semanal feita por uma equipe de detentos. Por
gestos assim, Cunha
é tido pelos carcereiros de Pinhais como “o pior preso da Lava-Jato”. O
título já pertenceu a Nestor Cerveró, ex-diretor da Petrobras, cujos
impropérios podiam ser ouvidos mesmo depois que as luzes da prisão se
apagavam. Mais tarde, o epíteto foi transferido para Renato Duque,
também ex-diretor da Petrobras, que passou por Pinhais e solicitava aos
agentes carcerários a gentileza de só lhe dirigirem a palavra em caso de
necessidade absoluta.
( Ullisses Campbell, de Curitiba/Veja.com)
( Ullisses Campbell, de Curitiba/Veja.com)
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