BRASIL, POLÍTICA
Cacifado pelos cargos ofertados pelo Planalto, Arthur Lira tenta se
viabilizar como candidato ao lugar de Maia. Deputados dizem que ele
negocia com aval do governo os pleitos de deputados, uma forma de
conquistar aliados na disputa de fevereiro do ano que vem. //Reprodução
Com a disputa pela presidência da Câmara simbolicamente aberta, Jair
Bolsonaro será aconselhado por auxiliares a não se meter a fundo na
disputa. Essa turma lembra de Dilma Rousseff, que não ouviu conselhos
semelhantes em 2015, meteu seu governo numa briga para derrubar Eduardo
Cunha, e deu no que deu.
Até o momento, porém, o presidente segue os passos da petista. O
movimento de ruptura no bloco do centrão nesta semana, embora
justificado pelos caciques do DEM e do MDB como uma decisão regimental
com foco nas votações da Casa, tem como pano de fundo o processo
acelerado de cooptação por governistas.
“Baleia (Rossi, líder do MDB) quer ser o candidato do Rodrigo. Mas
Maia quer ser presidente. Vai tentar até o fim”, avalia um importante
interlocutor de Bolsonaro.
Cacifado pelos cargos ofertados pelo Planalto, Arthur Lira tenta se
viabilizar como candidato ao lugar de Maia. Deputados dizem que ele
negocia com aval do governo os pleitos de colegas na máquina federal,
uma forma de conquistar aliados na disputa de fevereiro do ano que vem.
Sua primeira tentativa de demonstrar força, no entanto, revelou-se um
fiasco, quando atuou para adiar a votação do Fundeb e foi atropelado
pelo poder de Maia.
Não é de hoje que o Radar mostra que os colegas de Maia o tratam como
candidato à reeleição. Manobras em parceria com Davi Alcolumbre, que
pretende tentar um novo mandato no comando do Senado, são pensadas há
tempos.
O jogo, no entanto, deveria ser deflagrado mais próximo do fim do
ano. Tem sido antecipado por movimentos governistas que estimulam a
candidatura de Lira e por bolsonaristas como Capitão Augusto, que já
pedem votos abertamente aos colegas.
É por causa dessa proximidade com o Planalto de Lira e Augusto que os
auxiliares de Bolsonaro tentarão tirar suas digitais dos ataques
especulativos ao projeto de Maia. Apesar de dar poder ao líder do PP
para negociar cargos em troca de apoio, o Planalto negará até o fim
qualquer interesse na disputa da Câmara.
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