GOVERNO
CONTRA-ATAQUE – O presidente Jair Bolsonaro (sem partido): documento
entregue neste sábado tem o intuito de reverter decisão do ministro do
STF, Alexandre de Moraes - Andressa Anholete/Getty Images
O presidente Jair Bolsonaro (sem partido) entrou neste sábado, 25, com uma ação direta de inconstitucionalidade (Adin) no Supremo Tribunal Federal (STF) para tentar reverter as decisões do ministro Alexandre de Moraes que tiraram do ar perfis nas redes sociais de apoiadores do presidente.
“Agora às 18hs, juntamente com a AGU [Advocacia-Geral da
União], entrei com uma Adin no STF visando ao cumprimento de
dispositivos constitucionais. Uma ação baseada na clareza do Art. 5° [da
Constituição], dos direitos e garantias fundamentais”, escreveu
Bolsonaro, no Twitter. “Caberá ao STF a oportunidade, com seu zelo e
responsabilidade, interpretar sobre liberdades de manifestação do
pensamento, de expressão, além dos princípios da legalidade e da
proporcionalidade.”
Na última quarta-feira, dia 22, Moraes determinou a suspensão de
contas de alvos do inquérito das fake news e impôs uma multa de 20.000
reais por perfil que não fosse bloqueado em 24 horas pelas plataformas.
Ontem, o ex-deputado Roberto Jefferson (PTB), Sara Giromini (conhecida
como Sara Winter), o blogueiro Allan dos Santos e os empresários Luciano
Hang (dono da Havan) e Edgard Corona (CEO da BioRitmo) tiveram suas
contas retiradas do ar. Um dos principais pontos de tensão entre o
Palácio do Planalto e a Corte, o inquérito das fake news apura ameaças a
ministros do Supremo e disseminação de notícias falsas.
De acordo com o documento de 21 páginas apresentado hoje, a decisão
de Moraes seria uma afronta ao direito da liberdade de expressão
previsto na Constituição. O documento é assinado pelo próprio presidente
da República, pelo advogado-geral da União, José Levi Mello do Amaral
Júnior, e pela secretária de contencioso do órgão, Izabel Vinchon
Nogueira de Andrade.
“Em uma democracia saudável, a liberdade de expressão deve ser plena,
bem assim a liberdade de imprensa. Ademais, para decantar potenciais
erros e manipulações, a democracia exige fontes alternativas e
independentes de informação para que os cidadãos tenham a necessária
compreensão esclarecida acerca dos negócios públicos”, diz o texto.
(Por:Veja.com.br)
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