O presidente do Banco do Brasil, Rubem Novaes, durante cerimônia de posse aos presidentes dos bancos públicos - Marcelo Camargo/Agência Brasil
Brasília - O presidente do Banco do Brasil, Rubem
Novaes, entregou seu pedido de demissão ao presidente Jair Bolsonaro e
ao ministro da Economia, Paulo Guedes. A informação foi divulgada em
fato relevante do banco.
"Em conformidade com o § 4º do art. 157 da Lei nº
6.404, de 15 de dezembro de 1976, e com a Instrução CVM nº 358, de 03 de
janeiro de 2002, o Banco do Brasil (BB) comunica que o Sr. Rubem de
Freitas Novaes entregou ao Exmo. Sr. Presidente da República, Jair
Messias Bolsonaro e ao Exmo. Ministro da Economia, Paulo Roberto Nunes
Guedes, pedido de renúncia ao cargo de presidente do BB, com efeitos a
partir de agosto, em data a ser definida e oportunamente comunicada ao
mercado, entendendo que a Companhia precisa de renovação para enfrentar
os momentos futuros de muitas inovações no sistema bancário", diz o
comunicado.
O fato relevante também diz que Bolsonaro já aceitou o
pedido de Rubens e que deve indicar outro nome para comandar o banco
público.
Na reunião do dia 22 de abril, Guedes criticou a
atuação de Novaes à frente do BB. Ele disse que o governo "faz o que
quer" com a Caixa Econômica Federal e o BNDES, mas no BB "não consegue
fazer nada", mesmo tendo um "liberal lá", em referência a Novas, que
estava no encontro. "Tem que vender essa porra logo", disse Guedes.
Para Guedes, o Banco do Brasil "não é tatu nem cobra,
porque ele não é privado, nem público". "Se for apertar o Rubem,
coitado. Ele é super liberal, mas se apertar ele e falar: 'bota o juro
baixo', ele: 'não posso, senão a turma, os privados, meus minoritários,
me apertam.' . Aí se falar assim: "bota o juro alto", ele: 'não posso,
porque senão o governo me aperta'. O Banco do Brasil é um caso pronto de
privatização", afirmou o ministro da Economia durante encontro com
ministros e outras autoridades, entre elas Novaes.
"É um caso pronto e a gente não está dando esse
passo. O senhor (presidente) já notou que o BNDE e o … e o … e a Caixa
que são nossos, públicos, a gente faz o que a gente quer. Banco do
Brasil a gente não consegue fazer nada e tem um liberal lá. Então tem
que vender essa porra logo", reforçou Guedes.
Em abril, durante a crise da pandemia do novo
coronavírus e as medidas de isolamento para tentar evitar a propagação
da doença, Novaes ao Estadão disse que "governadores e prefeitos impedem
a atividade econômica e oferecem esmolas, com o dinheiro alheio, em
troca". "Esmolas atenuam o problema, mas não o resolvem. E pessoas
querem viver de seu esforço próprio", disse.
(Por:Estadão Conteúdo)
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