quinta-feira, 19 de novembro de 2020

Prefeitura diz que família soterrada em falésia foi alertada dos riscos. Equipes da Prefeitura de Tibau do Sul, do Ministério Público Federal e órgãos de proteção ambiental inspecionaram durante esta quarta-feira 18 a área de falésias onde aconteceu o desmoronamento que matou três pessoas de uma mesma família na praia da Pipa, no litoral Sul potiguar. A tragédia aconteceu por volta das 11h da terça 17

 TRAGÉDIA EM PIPA

 Prefeitura diz que família soterrada em falésia foi alertada dos riscos

 Hugo Mendes Pereira, de 32 anos, Stela Silva de Souza, de 33, e o filho do casal, Sol Souza - Foto: José Aldenir / Agora RN

Equipes da Prefeitura de Tibau do Sul, do Ministério Público Federal e órgãos de proteção ambiental inspecionaram, na manhã desta quarta 18, a área de falésias onde aconteceu o desmoronamento que matou três pessoas de uma mesma família na praia da Pipa, no litoral Sul potiguar. A tragédia aconteceu por volta das 11h da terça 17.

Hugo Mendes Pereira, de 32 anos, a mulher dele, Stela Silva de Souza, de 33, e o filho do casal, Sol Souza, um bebezinho de apenas 7 meses, e o cachorro da família morreram soterrados por rochas que desprenderam do paredão. O local é um dos cartões-postais mais belos do estado.

Segundo a Prefeitura de Tibau do Sul, 10 estabelecimentos comerciais que ficam no topo das falésias foram interditados ainda durante a noite da terça 17, a fim de prevenir novos acidentes.

Já na manhã desta quarta 18, fitas de isolamento foram fixadas na faixa de área, no entorno do local onde as rochas despencaram sobre a família.

Vítimas foram avisadas por fiscal de praia, afirma secretária

A inspeção aconteceu após uma reunião realizada na Câmara Municipal de Tibau do Sul, envolvendo membros do Executivo municipal, do MPF, Instituto de Desenvolvimento Sustentável e Meio Ambiente do Rio Grande do Norte (Idema) e equipes da Defesa Civil de Tibau do Sul e Defesa Civil Estadual.

A ação foi realizada por iniciativa da própria prefeitura, por meio da Secretaria Municipal de Meio Ambiente, Urbanismo e Mobilidade Urbana, que chamou o MPF para acompanhar os trabalhos. No convite, a secretária Ieda Melo enfatizou que, antes do acidente ocorrido na terça, diversos pontos ao longo da orla foram sinalizados com placas indicativas de risco de queda de falésia, incluindo postagens feitas nas redes sociais da prefeitura.

“Outras providências à época também foram tomadas pelo Município como a elaboração de relatórios circunstanciados pela fiscalização e encaminhados aos órgãos competentes. O fiscal de praia do Município, o que atua exatamente nesse trecho de praia, e outros passantes, alertaram às pessoas que estavam próximas à falésia, inclusive aos que vieram a óbito – há testemunhas como banhistas e barqueiros, sobre o risco de desabamento da falésia, mas infelizmente não houve atendimento aos pedidos a tempo pela família”, relatou a secretária no ofício enviado ao MPF.

Ainda de acordo com Ieda, o fato ainda foi repassado à Delegacia de Polícia Civil de Tibau do Sul.

Procurador da República abre investigação

O Ministério Público Federal (MPF) abriu procedimento nesta quarta-feira 18 para avaliar a adoção de medidas emergenciais que possam garantir a segurança de pessoas e impedir novos acidentes nas falésias da praia de Pipa.

Victor Manoel Mariz, procurador que assina o despacho, destaca que a área onde ocorreu o acidente é bastante vulnerável em virtude da ação das marés no sopé das falésias, o que ocasiona o seu desgaste e, por conseguinte, propicia o risco de cisalhamento.

“Nesse contexto, considerando que as falésias da região são atualmente ocupadas por edificações e que a área da praia é comumente utilizada por banhistas, afigurasse imprescindível a instauração de procedimento específico que tenha por objetivo avaliar a adoção de medidas emergenciais efetivas para garantir a segurança das pessoas e a mitigação de eventuais novos deslizamentos na região conhecida como Baía dos Golfinhos”, acrescentou o procurador.

Comoção na despedida

Uma multidão acompanhou o cortejo fúnebre após o velório da família morta na tragédia. Centenas de pessoas, a pé, acompanharam o carro da funerária até o cemitério da cidade, onde os corpos de Hugo, Stela e Sol foram enterrados. O sepultamento aconteceu na manhã de ontem.


Após o enterro, parentes e amigos das vítimas fizeram um protesto na área onde aconteceu o acidente, e exigiram segurança no local, para evitar que novas tragédias venham a acontecer.

Prefeitura de Tibau do Sul interdita 10 estabelecimentos

Equipes do Ministério Público Federal e da Prefeitura de Tibau do Sul inspecionaram, na manhã desta quarta-feira 18, a área de falésias onde aconteceu o desmoronamento que matou três pessoas de uma mesma família na praia da Pipa, no litoral Sul potiguar. A tragédia aconteceu por volta das 11h da terça 17.

Segundo a Prefeitura de Tibau do Sul, 10 estabelecimentos comerciais que ficam no topo das falésias foram interditados durante a noite passada, a fim de prevenir novos acidentes.

Geólogos da Defesa Civil do Estado estiveram no local do acidente e analisaram áreas de riscos na Praia da Pipa. Parte da faixa de areia da falésia em que aconteceu o acidente também foi interditado.

A secretaria de Meio Ambiente, Urbanismo e Mobilidade Urbana de Tibau do Sul, Ieda Cortez, disse que cada estabelecimento na região está sendo analisado. “Estamos avaliando pontualmente cada um, porque cada um tem uma situação diferente. Vamos acionar a polícia militar para amanhã de manhã realizar o isolamento e policiamento da área”.

O prefeito de Tibau do Sul, Modesto Macedo, disse que o planejamento da segurança das falésias de Pipa já estava sendo executado antes do acidente. “Já estávamos com esse planejamento em andamento e isso estará pronto daqui a 10 dias, no máximo. Nós antecipamos a preocupação das nossas falésias e da nossa orla”, encerrou.

 

(Por:AgoraRN)

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