PARA DESPISTAR A POLÍCIA
Policia - A Policia Civil realizou na manha desta quarta-feira (18) a operaçao Duque de Ferro. A policia prendeu quadrilha de roubo de cargas, o grupo movimentava meio milhao de reais por mes. Na foto, presos e material apreendidos chegando na Cidade da Policia, no Jacare, na zona norte do Rio.
Rio - A estratégia de uma quadrilha especializada em
roubo de cargas surpreendeu a Polícia Civil pela ousadia: uma mulher,
habilitada e com um veículo legalizado, dirigia em 'zigue-zague' para
chamar a atenção de policiais militares que faziam o patrulhamento das
vias. Enquanto era abordada - e liberada, logo em seguida
-, comparsas aproveitavam o deslocamento da viatura para realizar roubos
a caminhões e veículos de passeio. A integrante do grupo, identificada
como Monique, e outras 15 pessoas foram presas nesta quarta-feira, na
operação 'Duque de Ferro', encabeçada Delegacia de Roubos e Furtos de
Automóveis (DRFA). Três continuam foragidos.
A quadrilha atuava em rodovias movimentadas da
Baixada Fluminense, como a Dutra e a Washington Luís. "Ela 'batia' a
pista, no sentido de desviar a atenção dos policiais militares ou
policiais rodoviários que faziam o patrulhamento naquela região de
Caxias, Nova Iguaçu e Belford Roxo. Quando ela percebia a presença de
polícia, fazia zigue-zague na pista para chamar a atenção. O objetivo
era que a polícia a abordasse e os roubadores pudessem seguir à frente",
explicou o delegado Jefferson Nascimento, da DRFA.
A polícia apreendeu centenas de pacotes de macarrão,
além de óleos para motor de veículos e até rações para cachorro. As
apreensões de vários tipos de produtos ilustram o que a Polícia Civil
identificou como tática do 'pneu arriado': a quadrilha não escolhia o
caminhão a ser roubado pela qualidade do produto, mas pelo peso. Quanto
mais lento o veículo, maior a possibilidade de ter muita mercadoria.
A quadrilha movimentava cerca de meio milhão de reais
por mês, segundo investigações da polícia. "Para eles se organizarem,
faziam ligação coletiva, videoconferência. No momento da ação, eles
combinavam a forma de abordar. Eles não escolhiam o veículo pela carga,
mas pela quantidade de mercadorias que estavam no caminhão. Era sem
critério. Se o veículo estava muito pesado, era o critério. Eles
supunham que o veículo estava cheio de mercadoria e que o valor seria
elevado", afirmou o delegado.
A distribuição das cargas roubadas, segundo as
investigações, era feita com o auxílio de traficantes do Morro do Sapo,
em Duque de Caxias. Um dos acusados, identificado como Leonardo, era
quem liderava a receptação das mercadorias, que iam pra feiras populares
e comércio de rua. Ele é um dos três foragidos. "Ele era morador do
morro do Sapo, e por ser morador fazia essa permissão para que essa
mercadoria fosse posta lá".
A Baixada Fluminense era o principal núcleo do grupo,
que também atuava na capital, com integrantes no Complexo da Maré. No
Rio, a quadrilha tinha integrantes especializados em outros tipos de
roubos, como automóveis, casas de luxo na Zona Sul e agências bancárias.
Em outubro, a Polícia Civil realizou a prisão de Fredson Carvalho
Teixeira, o Fred Perneta, um dos líderes do grupo. Investigações apontam
que ele usava a justificativa da perna mecânica para passar armado por
detectores de metal sem ser descoberto.
(Por Yuri Eiras/O Dia)
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