MUDANÇA
O ex-presidente da Câmara dos Deputados Rodrigo Maia (DEM-RJ) disse ao
Portal do Estadão que planeja apresentar seu pedido de desfiliação do
DEM até o final do mês. Rodrigo Maia vai fazer o pedido junto ao
Tribunal Superior Eleitoral (TSE) alegando “justa causa”, já que ficou
sem condições de permanecer na legenda depois dos embates públicos que
teve com o comando do partido durante a eleição para a Presidência da
Câmara.
Assim que for enviado, o recurso precisará ser analisado pelo TSE
para saber se há procedência no pedido. Pela lei de fidelidade
partidária, Maia só poderá mudar de sigla se o tribunal considerar que
há um motivo forte o suficiente que justifique isso. Do contrário,
perderá o direito ao mandato parlamentar se deixar o DEM.
A
princípio, havia até a intenção da direção do partido de permitir que
Maia deixasse a legenda, sem reivindicar o seu mandato. Mas com o
acirramento da briga com o presidente do DEM, ACM Neto, a quem criticou o
caráter, isso foi colocado de lado.
Rodrigo
Maia disse ao Estadão que ainda não decidiu a qual partido pretende se
filiar. Segundo ele, essa decisão será tomada apenas mais para frente.
Entre as opções possíveis estão PSDB, PSL, MDB e Cidadania e até uma
nova legenda que seja fruto da fusão de partidos atuais e que poderia
abrigar uma frente política de centro.
Dissidentes
O
ex-ministro da Saúde Luiz Henrique Mandetta também tem demostrado
insatisfação com os atuais rumos do DEM. Ele afirmou recentemente que
pretende decidir se continua ou não na sigla após conversas com o
presidente do DEM, ACM Neto. O encontro está marcado para a próxima
semana.
“A base do partido virou uma geleia. ‘Posso estar com
Doria, Bolsonaro, Mandetta, Huck ou Ciro’. Daqui a pouco até Lula vai
aparecer como cotado para receber o apoio”, disse Mandetta no começo da
semana. Primeiro ministro da Saúde de Bolsonaro, Mandetta deixou o
governo em abril de 2020 depois de um mês de atritos com o presidente da
República sobre como enfrentar a pandemia da covid-19.
Meses
depois de deixar o ministério, o médico disse que o comportamento de
Bolsonaro durante a pandemia contribuiu para elevar o número de mortes
no país. Até agora, mais de 230 mil brasileiros foram vitimados pela
doença, segundo dados oficiais.
“Nós ainda não
confirmamos quando vai acontecer, mas já sinalizamos uma conversa. Sem
ser essa semana, a partir da outra. Ainda sem local ou data, mas ainda
este mês, para tratar sobre o presente e o futuro”, disse ACM Neto ao
Estadão. “É natural que aconteça esse papo aí nos próximos dias, ainda
este mês. Mas não é uma reunião formal do partido. É um bate-papo dele
comigo e algumas pessoas (do DEM)”, afirmou o ex-prefeito de Salvador. A
reportagem apurou que devem estar presentes o ex-governador do Rio
Grande do Norte José Agripino Maia e o ex-ministro da Educação Mendonça
Filho, entre outros.
O Estadão questionou ACM
Neto e Mendonça Filho sobre qual caminho deverá ser seguido por
Mandetta, mas ambos evitaram comentar. A possibilidade de o ex-ministro
deixar o DEM, acompanhando a provável saída do ex-presidente da Câmara,
Rodrigo Maia (RJ), é debatida nos bastidores. No caminho inverso, uma
outra hipótese em discussão é a da sigla lançar Mandetta como
pré-candidato à presidência da República.
Maia
e Mandetta reclamaram publicamente da aproximação do DEM com o governo
Bolsonaro durante a eleição para a presidência da Câmara, quando o
partido abandonou a aliança de Baleia Rossi (MDB-SP), favorecendo o
candidato do Palácio do Planalto, Arthur Lira (Progressistas-AL).
Depois
de deixar o cargo de ministro, Mandetta passou a ver seu nome incluído
em pesquisas de intenção de voto para 2022. No fim de janeiro, pesquisa
Atlas mostrou o médico com 3,4% das intenções de voto, porcentual
próximo daquele obtido pelo governador tucano de São Paulo, João Doria
(3,6%), e maior que o apresentador Luciano Huck (1,9%).
(Por:Agência Cãmera)
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