VACINAS
Dimas Covas afirma que o enviou ofícios oferecendo a vacinaO Ministério da Saúde manifestou nesta semana a intenção de compra de
mais 30 milhões de doses da Coronavac, vacina produzida pelo Instituto
Butantan. A expectativa é de receber o novo lote entre outubro e
dezembro. Essa remessa se somará aos 100 milhões de doses já compradas
do imunizante. O instituto paulista diz que a proposta está sob
análise.
Até agora, o Butantan já entregou 9,8 milhões. A previsão é de
entregar até abril, ao todo, 46 milhões. Outros 54 milhões de unidades
restantes serão enviados até o fim de agosto. As previsões, no entanto,
podem ser alteradas por causa da dificuldade de o Butantan conseguir os
insumos para fabricar a vacina, que vêm da China. Em janeiro, a demora
de Pequim para a liberação dessa matéria-prima atrasou o cronograma.
A
gestão João Doria (PSDB) culpou a falta de organização do ministério e
de habilidade diplomática do governo Jair Bolsonaro pelo atraso na
liberação dos insumos, que só chegaram ao Brasil no dia 3. A partir do
próximo dia 23 está prevista a entrega de 3,4 milhões de doses, em oito
entregas diárias de 426 mil. Com isso, a previsão é entregar só 30% das
vacinas previstas para fevereiro no contrato. A mudança de planos
motivou nova troca de farpas entre governo paulista e ministério.
O governo federal tem sido cobrado para aumentar a oferta de doses,
ao mesmo tempo em que prefeituras anunciam interrupções nos planos de
vacinação por causa da quantidade restrita de imunizantes. Após rejeitar
ofertas de fabricantes com vacinas de alta eficácia, como a da
farmacêutica americana Pfizer, a gestão Bolsonaro tem investido em
negociações com laboratórios russo e indiano para a compra da Sputinik e
da Covaxin, respectivamente. Esses dois produtos, porém, ainda não têm
liberação de uso pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária.
Na
coletiva de ontem, o diretor do Butantan, Dimas Covas, disse que o
instituto enviou três ofícios ao ministério no ano passado oferecendo
160 milhões de doses da vacina. Segundo ele, a pasta ignorou todos.
“Vamos colocar a responsabilidade em quem tem responsabilidade. Estão
aqui os ofícios que foram encaminhados ao Ministério da Saúde ofertando
vacinas", disse Covas.
O primeiro foi enviado em 30 de julho de 2020. "Ofertamos nessa
oportunidade 60 milhões de doses de vacinas prontas para entrega ainda
em 2020 e 100 milhões para serem entregues em 2021. Não tivemos
resposta”, acrescentou o diretor. Ele afirmou também que novos ofícios
foram enviados em outubro e dezembro e também não tiveram retorno. "A
resposta saiu na assinatura do contrato, em 7 de janeiro. Um mês e pouco
atrás foi quando assinamos o contrato com o ministério”.
O
ritmo lento da vacinação no Brasil fez com que Eduardo Pazuello,
ministro da saúde, mudasse a orientação para aplicação das doses. Em um
primeiro momento, a ideia era guardar a segunda dose para garantir a
imunização completa da pessoa que já foi vacinada. Agora, ele entende
que não é preciso reter metade dos lotes disponíveis até a aplicação da
segunda dose do imunizante. A nova orientação passaria a valer a partir
do dia 23 deste mês.
Para o governo paulista,
essa determinação é uma boa iniciativa, mas por causa das relações
estremecidas, prefere esperar uma comunicação oficial para mudar o plano
de vacinação. "Se vier um ofício iniciaremos imediatamente a liberação
dessas doses. Mas precisamos de um documento que nos dê essa segurança",
avisou Regiane de Paula, coordenadora de controle de doenças da
secretaria de Estado da Saúde.
(Por:Estadão Conteúdo)
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