ABANDONARAM?
Igor Jácome
Repórter
Não é raro encontrar peixes mortos na Lagoa Manoel Felipe, localizada na Cidade da Criança, em Natal. O local, que tem um olho d’água, mas também recebe água pluvial através do sistema de drenagem da região do bairro Tirol, está cheia de lixo. Os frequentadores do parque também reclamam da falta de podas das plantas. O mato está alto em vários pontos. Os problemas contrastam e dão ar de abandono a um equipamento público novo, inaugurado há menos de um ano.
A professora Daniele Gurgel é frequentadora assídua da Cidade da Criança, desde que o equipamento foi reaberto ao público em outubro de 2014. Ela leva a pequena Sofia, sua filha de um ano e nove meses, para brincar lá durante a semana. “Realmente está feio esse mato. E está muito alto. Mas fico ainda mais preocupada com o coqueiro que fica em cima do parquinho. Está cheio de coco. Pode cair na cabeça de uma criança, ou até de um adulto. Eu já reclamei e acho importante eles limparem. Eu não deixo ela brincar lá, com medo. A gente só vai no outro, que fica no sol, não tem a sombra que o esse tem”, relatou.
Já o motorista Claudiomiro Araújo aproveitou a folga nesta quinta-feira (2), para levar sua filha Ane Claudylise, de dois anos, pela primeira vez ao parque. “É muito bom, tem brinquedos legais, é um ambiente agradável. Mas realmente a grama está alta, e isso acaba deixando feio”, colocou.
O coordenador de atividades da Cidade da Criança, Ricardo Buiú, confirmou que a última poda e corte do mato aconteceu na semana seguinte ao Carnaval, ocorrido em fevereiro deste ano. De acordo com ele, o problema é que o procedimento é realizado por uma equipe do Governo do Estado, cedida durante três dias, para realizar o serviço. Os servidores devem voltar ao parque, para trabalhar na poda e limpeza na próxima semana.
“A situação já está melhor que antes, porque o parque abriu em outubro e passou vários meses sem uma equipe própria”, colocou. “O mato estava muito alto. Já houve a poda em uma parte e agora, na semana que vem, outra equipe vai fazer o resto”, acrescentou. Ainda de acordo com o coordenador, que assumiu a administração do parque no início de fevereiro, 18 servidores, dos quais cinco da área de limpeza, trabalham diariamente no local. Já foram solicitados cortadores de grama para que os próprios zeladores do parque executem a tarefa. Ele é mantido pela Fundação José Augusto, do Governo do Estado.
A mortalidade dos peixes pode estar associada à sujeira da lagoa Manoel Felipe. Sacolas plásticas e embalagens estão à vista dos visitantes. Ricardo Buiú não descarta a possibilidade, mas também liga as mortes a algumas aves que, ao caçarem, furam os peixes com os bicos, mas por alguma razão não conseguem os levar. As espécies de peixes encontradas na lagoa são tambaqui, carpa e tilápia.
Quanto ao lixo na lagoa, o coordenador afirma que a limpeza é realizada toda sexta-feira, com coletores como os utilizados em piscinas. “Às vezes eles (os funcionários) até usam o pedalinho para catarem o lixo no meio da lagoa”, lembra.
O problema, de acordo com ele, é que o lixo vem da rua, através dos bueiros. No princípio, uma tela foi instalada para conter o lixo, mas com o acúmulo da sujeira, a água estava voltando, causando alagamentos. “Infelizmente a população continua jogando lixo, o que causa esses transtornos. É preciso consciência”, defende.
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