TÁ DIFÍCIL
Flávio Oliveira
Os bandidos costumam ser ainda mais agressivos quando descobrem que as vítimas trabalham no combate à violência.
Assim aconteceu na última terça (19), no distrito litoral do Pium, em Parnamirim. Um agente penitenciário e sua esposa foram covardemente agredidos dentro da própria residência. A quadrilha fugiu no carro do agente, roubando uma arma, televisões e celulares. Felizmente, durante a fuga o veículo atolou e a polícia conseguiu prender um dos responsáveis.
Na noite seguinte, em outro bairro do município de Parnamirim, um sargento da Polícia Militar viveu drama semelhante. Um dia após o roubo ao agente penitenciário, foi a vez do policial, esposa e filho de oito anos se tornarem reféns de outra quadrilha, que fora bastante agressiva ao perceber que o proprietário da casa era PM.
“A primeira pergunta que ele (bandido) fez era se a casa pertencia a um policial”. A afirmação é da esposa do sargento Joaquim*. Joana* testemunhou a agressão sofrida pelo marido assim que viram o fardamento da instituição em um dos cômodos. “Um deles acendeu a luz da cozinha e viu a farda do meu marido e já começou a agressão. Meu esposo estava no chão desorientado porque levou um chute e caiu e um homem começou a dizer: mata, que é polícia”, conta.
Joana conta que a partir daí acreditou que ficaria viúva. “Quando ele disse que ia matar, eu pedi que meu filho não assistisse e o colocasse no banheiro. Nesse momento eu esperei eles atirarem no meu esposo. Achei que a gente iria passar por isso. Foi muita raiva, eles ficaram muito agitados”.
Mudanças
Embora o sargento não tenha sido assassinado, a família já tomou a decisão de não morar mais na mesma residência que fora palco das dolorosas lembranças. Depois do trauma, os três estão morando temporariamente na casa de parentes e ainda assustados, tem se mantido muito mais alertas. Mudando a postura no dia a dia, sempre com temor de novamente serem vítimas. Além disso, já buscam um novo local para viver. Para o casal, o novo endereço deverá obrigatoriamente fazer parte de um condomínio fechado.* Nomes fictícios para preservar as identidades das vítimas.
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