domingo, 24 de maio de 2015

A vida por um fio: “Mata que é polícia.” Nem mesmo os profissionais da segurança pública escapam ilesos da ousadia dos marginais.

TÁ DIFÍCIL

Flávio Oliveira
Os bandidos costumam ser ainda mais agressivos quando descobrem que as vítimas trabalham no combate à violência. 
 
Até mesmo os profissionais que atuam diretamente com a segurança pública no Estado são alvos da ousadia dos criminosos. No caso desses trabalhadores, um agravante. Os bandidos costumam ser ainda mais agressivos quando descobrem que as vítimas trabalham no combate à violência.

Assim aconteceu na última terça (19), no distrito litoral do Pium, em Parnamirim. Um agente penitenciário e sua esposa foram covardemente agredidos dentro da própria residência. A quadrilha fugiu no carro do agente, roubando uma arma, televisões e celulares. Felizmente, durante a fuga o veículo atolou e a polícia conseguiu prender um dos responsáveis.

Na noite seguinte, em outro bairro do município de Parnamirim, um sargento da Polícia Militar viveu drama semelhante. Um dia após o roubo ao agente penitenciário, foi a vez do policial, esposa e filho de oito anos se tornarem reféns de outra quadrilha, que fora bastante agressiva ao perceber que o proprietário da casa era PM.

“A primeira pergunta que ele (bandido) fez era se a casa pertencia a um policial”. A afirmação é da esposa do sargento Joaquim*. Joana* testemunhou a agressão sofrida pelo marido assim que viram o fardamento da instituição em um dos cômodos. “Um deles acendeu a luz da cozinha e viu a farda do meu marido e já começou a agressão. Meu esposo estava no chão desorientado porque levou um chute e caiu e um homem começou a dizer: mata, que é polícia”, conta.

farda_pm_770
Joana conta que a partir daí acreditou que ficaria viúva. “Quando ele disse que ia matar, eu pedi que meu filho não assistisse e o colocasse no banheiro. Nesse momento eu esperei eles atirarem no meu esposo. Achei que a gente iria passar por isso. Foi muita raiva, eles ficaram muito agitados”.

Mudanças
Embora o sargento não tenha sido assassinado, a família já tomou a decisão de não morar mais na mesma residência que fora palco das dolorosas lembranças. Depois do trauma, os três estão morando temporariamente na casa de parentes e ainda assustados, tem se mantido muito mais alertas. Mudando a postura no dia a dia, sempre com temor de novamente serem vítimas. Além disso, já buscam um novo local para viver. Para o casal, o novo endereço deverá obrigatoriamente fazer parte de um condomínio fechado.* Nomes fictícios para preservar as identidades das vítimas.

Nenhum comentário:

Postar um comentário